A forma como as diferentes gerações lidam com o trabalho já virou tema de artigos em revistas especializadas, discussões acaloradas na internet e embates dentro dos escritórios. De um lado, os maiores de 25 anos que acusam a geração Z de ser pouco engajada; do outro, os novos colaboradores enxergam em seus pares pessoas viciadas em trabalho.
O fato é que o mercado tem se transformado e um dos indicativos é o crescente debate sobre a redução da jornada de trabalho, especialmente entre os colaboradores do varejo.
Há alguns meses, um jovem, então balconista de uma rede de farmácias, publicou em suas redes a indignação em trabalhar na escala 6×1. De acordo com ele, o único dia de folga era a oportunidade de cuidar da saúde, questões pessoais e, no meio disso tudo, tentar abrir espaço para um momento de lazer. Horas depois, o vídeo viralizou e deu início ao movimento VAT – Vida Além do Trabalho.
O movimento tem como ponto principal a redução da jornada de trabalho para 4×3, ou seja, quatro dias de trabalho e três de folga, com o intuito de priorizar o bem-estar do colaborador. A prática, que já vem sendo testada ao redor do mundo pelo programa piloto 4WeekDays, apresentou resultados diversos, a depender do país e das condições com que o programa foi implantado e respeitado.
Para os líderes, essa demanda por uma jornada de trabalho mais equilibrada representa um desafio importante, especialmente ao lidar com uma equipe composta por diferentes gerações. Compreender as motivações e expectativas de cada grupo etário é crucial para promover um ambiente de trabalho saudável e produtivo.
Promover a comunicação aberta e o respeito às diferenças geracionais é essencial para criar uma cultura organizacional inclusiva. Além disso, facilitar o mentoring entre gerações pode ajudar a promover a troca de conhecimentos e experiências, contribuindo para o desenvolvimento profissional de todos os colaboradores.
Nesse sentido, os líderes devem buscar estratégias flexíveis e adaptáveis que levem em consideração as necessidades individuais de cada geração, ao mesmo tempo em que promovem o respeito mútuo e a colaboração entre os membros da equipe. Ao adotar uma abordagem consciente e inclusiva para lidar com as diferenças geracionais no trabalho, eles podem contribuir para o bem-estar e o sucesso de toda a equipe.
Rodrigo Maia dos Santos é CEO da Gonow1.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
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