Confiança do micro e pequeno empresário cai para 49,8 pontos em maio

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Instabilidade política e percepção de que os problemas econômicos são graves levam empresários de menor porte ao pessimismo, apontou pesquisa

O Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário (ICMPE) registrou 49,8 pontos no último mês de maio, segundo dados apurados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

O número ficou ligeiramente abaixo do observado em abril, quando marcara 51,3 pontos, mas supera os 36,6 pontos de maio do ano passado. A escala do indicador varia de zero a 100, sendo que quanto mais próximo de 100, mais confiantes estão os empresários.

confiança

O número também reflete o delicado equilíbrio político, ameaçado por pressões contra as reformas estruturantes propostas pelo governo.

“A plena retomada da confiança depende de um mínimo de previsibilidade no cenário político e econômico, fato que ainda estamos distantes de alcançar. Há, diariamente, uma profusão de notícias bastante negativas que acabam inibindo o empresariado. Para os próximos meses, a depender da duração e intensidade da atual crise, é de se esperar uma piora dos índices de confiança para o segundo semestre”, analisa Honório Pinheiro, presidente da CNDL.

Economia piorou para 61% dos empresários e 47% não preveem alterações no faturamento para daqui seis meses

 

De acordo com o indicador, seis em cada dez (61%) empresários consideram que houve piora nas condições da economia nos últimos seis meses.

Para um quarto (25%) desses entrevistados o quadro se manteve estável, enquanto somente 13% relataram ter sentido alguma melhora.

Quando a análise se detém aos seus próprios negócios, mais da metade (51%) avaliam que houve alguma piora, contra 15% de empresários que viram uma reversão positiva do quadro.

Os que avaliam o cenário interno de suas empresas como estável ao longo dos últimos seis meses somam 34% da amostra.

Levando em consideração os empresários que viram o seu negócio piorar, 72% identificaram a queda no volume de vendas como o sinal mais evidente da crise.

O aumento dos preços dos produtos e de matéria prima foi relatado por 10% dos micro e pequenos empresários consultados na sondagem e 9% citam o aumento da inadimplência de clientes e fornecedores.

Futuro da economia

Quanto o assunto é o futuro da economia, 45% dos entrevistados se dizem, em algum modo, otimistas para os próximos seis meses. Na avaliação de 31%, a situação permanecerá do mesmo jeito, ao passo que 20% acreditam em um aprofundamento da crise.

Quando a análise se detém apenas ao próprio negócio, o percentual de otimistas é um pouco maior e atinge 56% dos micro e pequenos empresários. Para 32% a situação continuará igual e para 9% ela deve piorar.

Entre os pessimistas diante da situação econômica, a questão política tem um peso fundamental: 35% desses empresários acreditam que haverá um aprofundamento da crise econômica por haver incertezas na esfera política.

Há ainda um terço (33%) de entrevistados que citam o fato de o pais atravessar problemas econômicos graves e 11% que acreditam na volta do descontrole da inflação. Outros 11% avaliam que a contínua queda das vendas deve prejudicar a recuperação econômica.

Para os que manifestam otimismo com o futuro da economia, quase a metade (48%), contudo, não sabem explicar as razões: apenas acreditam em uma reversão de cenário.

Há ainda 21% de micro e pequenos empresários que citam a recente melhora de alguns indicadores macroeconômicos e 14% que nutrem esperança de a crise política se resolver.

Para os que estão otimistas com o próprio negócio, novamente, 40% não sabem explicar as razões, ao passo que 23% alegam fazer uma boa gestão da empresa, contornando os efeitos da crise. Outros 16% justificam a perspectiva com o fato da economia emitir alguns sinais de melhora.

Quando questionados sobre o que esperam para o faturamento de seus negócios, 47% dos entrevistados acreditam que ele não irá se alterar nos próximos seis meses.

Outros 40% depositam esperanças em um provável crescimento das vendas, enquanto apenas 8% aguardam quedas nesse sentido.

O Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário (ICMPE) leva em consideração 800 empreendimentos do setor comércio varejista e serviços, com até 49 funcionários, nas 27 unidades da federação, incluindo capitais e interior. Quando o indicador vier abaixo de 50, indica que houve percepção de piora por parte dos empresários. A escala do indicador varia de zero a 100. As sondagens são realizadas nos 10 primeiros dias úteis de cada mês.

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