O ano de 2023 começou com certas tendências, muito pelo que se viu e discutiu na NRF, ditando o ritmo do varejo geral. No foodservice não é muito diferente, com tais tendências sendo endossadas pela NRA Show, em Chicago, e debatidas em eventos como o Connection Foodservice, que ocorreu no último final de semana, no interior de São Paulo, com realização da Mercado&Consumo em parceria com a consultoria Gouvêa Foodservice.
Dentro desse pacote de ideias que tem permeado o mercado, a experiência do consumidor segue em alta. E no foodservice os espaços e, principalmente, os sabores são aliados na hora de transformar a experiência do cliente em algo único.
“Visitei 65 países e essas visitas me permitiram abrir um pouco a mente em relação a pontos comerciais. Nós temos várias lojas diferentes, em pontos não tradicionais. Porque eu entendi que o que mais importa é a qualidade. Do atendimento, do local e da experiência. Trazemos inovações de fora e colocamos no cardápio. No final o que interessa é servir um bom café para o público final”, revelou Deiverson Migliatti, CEO e fundador do Sterna Café, em painel do Connection Foodservice comandado por Aiana Freitas, editora-chefe da Mercado&Consumo.
E em um momento em que a sociedade tem aumentado sua relação com a sustentabilidade, seja em que área for, trazer alimentos diferentes e saudáveis à mesa parece uma boa estratégia para agradar o consumidor. “Pelas pesquisas o alimento natural mais nutritivo do mundo é a amêndoa. As outras nozes estão entre os 10 primeiros. Então já trabalhamos com um produto extremamente nutritivo. Nós somos plant-based, veganos, sem lactose, sem glúten… A embalagem é sustentável. Fazemos o que tem que ser feito”, afirmou Adriana Auriemo, Sócia-Diretora da Nutty Bavarian.
Espaço identitário
Mesmo com o crescimento do delivery, os espaços físicos ainda fazem grande diferença na experiência do consumidor no foodservice. E os shoppings centers, considerados por muitos apenas ambientes de compras, podem surpreender mostrando grande força em outros pontos também.
“Temos esse movimento onde os consumidores buscam a gastronomia como um entretenimento e como espaço de socialização. Se formos olhar para centros comerciais ou shoppings centers, pesquisas já apontaram que apenas 37% buscam esses centros comerciais apenas para compra. O restante tem o interesse para gastronomia, passeio, socialização. Serviços, entretenimento e gastronomia. Esses são três pontos fundamentais para os shoppings além das compras”, garantiu Janice Mendes, Sócia-Diretora da Gouvêa Malls.
Comandando o Taste Lab do Shopping Tamboré, na região metropolitana de São Paulo, o Superintendente Rafael Marques entende que espaços de Food Hall são fundamentais para criar ambientes favoráveis para clientes e empreendedores. “Da perspectiva dos chefs, temos dois modelos: os chefs renomados, que já conseguiram estrela Michelin, onde eles podem testar novos modelos de negócios de seus interesses, e os chefs que estão começando no mercado, que usam o modelo para poder escalar. Além disso conseguimos usar o espaço como um ambiente de negócios, justamente por ser um lugar de relacionamento”, garantiu.
E talvez a cereja do bolo da experiência do consumidor como um trunfo para as operações de foodservice fique por conta da identidade do espaço. “Na arquitetura de restaurante o mais importante é você ter uma identidade forte e verdadeira, geralmente ligada a algo único. O que diferencia uma hamburgueria ou uma pizzaria uma da outra? O mapa de influência do idealizador. Se cada um conseguir encontrar o ponto de ligação com o negócio e conseguir colocar na arquitetura dele, vai conseguir criar algo verdadeiro e único. E isso vai dar o elemento necessário para criar uma grande experiência dentro do restaurante”, finalizou Edgar Ribeiro, Sócio-Administrador da ER Arquitetura de Restaurantes.
Imagem: @thinkupcom