Certa vez li um livro, não me recordo o nome, em que se falava que todo trabalho nos paga 5 salários:
- Financeiro – Salário, bônus, plano de saúde, benefícios, entre outros;
- Psicológico – O significado que deriva do seu trabalho, sua conexão com a missão que você recebe;
- Social – Seu prestígio, títulos, capital intelectual, sobrenome corporativo;
- Educação – Aprendizados que se acumulam que contribuem para o seu desenvolvimento pessoal e profissional;
- Liberdade – Sua habilidade de trabalhar com mais autonomia.
Quando estamos insatisfeitos no trabalho, buscamos geralmente uma melhora no “salário errado”. Explico:
Achamos que um aumento de salário vai resolver um problema que deriva de um outro salário, por exemplo, o psicológico.
De tempos em tempos, achamos, eu me incluo nisso, que cargos e salários resolvem boa parte de nossas insatisfações no trabalho. Mas para a maioria das pessoas não é essa a causa raiz da insatisfação.
Não ser desafiado. Não ter autonomia. Não se sentir respeitado. Não conseguir equilibrar sua rotina às demandas familiares.
Os salários de liberdade, educação e psicológico estão muito defasados.
Porém, as pessoas continuam batendo às portas dos seus líderes e pedindo mais salários financeiros e sociais, através de títulos.
Não é assim que vamos resolver o problema!
Não se confunda. Nada disso dispensa que você deva buscar avançar na carreira, almejar títulos, maiores compensações financeiras, mas não se pode perder de vista os demais salários.
Se você está insatisfeito no trabalho, faça esse exercício:
- Faça uma pontuação de 1-10 em cada um dos salários apresentados;
- Identifique quais estão com baixa pontuação;
- Faça um brainstorming de ideias que poderiam ajudar a melhorar;
- Coloque em prática;
Importante: não julgue ou pontue pelo que os outros acham importante.
Olhe para dentro de você. Talvez essas ações não mudem completamente o cenário de infelicidade, mas, com certeza, vai aproximá-lo de uma compensação de salários que vai trazer mais satisfação, engajamento e sensação de estar no caminho.
Fabio Aloi é sócio-diretor da Friedman.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
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