O Google em busca de um equilíbrio difícil

De um lado da balança, a privacidade e a segurança da informação. Do outro, a comodidade de uma tecnologia que é capaz de sugerir restaurantes, de avisar para o caos no trânsito e de tornar mais cômoda a hiperconectada vida moderna.

É este o desafio com que o Google e o resto das empresas de tecnologia se deparam, argumentou no Web Summit a vice-presidente da empresa, Tamar Yehoshua, que tem a seu cargo a gestão dos produtos. “Como setor, temos a responsabilidade de manter em segurança os dados das pessoas. No entanto, para além desta questão de segurança, as decisões não são em preto e branco. Temos de encontrar o equilíbrio certo.”

A vice-presidente do Google abordou também a questão da privacidade, um assunto que tem colocado as grandes plataformas online na mira de reguladores, legisladores e associações de defesa dos consumidores. As garantias de privacidade dadas pelas empresas de Internet tem suscitado dúvidas, especialmente desde o caso da consultoria política Cambridge Analytica, que teve acesso indevido a dados de usuários do Facebook. Também aqui, Yehoshua defendeu ser uma questão de equilíbrio, entre a privacidade e a necessidade que as empresas têm de analisar dados para criar novos produtos.

“Podíamos descartar todos os dados sobre como usam nos nossos produtos, mas o custo seria não criar novos produtos e funcionalidades inovadoras”, frisou Yehoshua (não comentou que os mesmos dados são usados para a publicidade direcionada que representa a esmagadora maioria das receitas do Google). “Este é o desafio para o Google e para o setor: temos de continuar a inventar novos e melhores produtos com base em dados, e ao mesmo tempo, sermos transparentes sobre que dados são recolhidos e como são usados. E temos deixar os usuários dizerem quais dados, se é que alguns estão confortáveis em partilhar conosco, para poderem usar estes produtos”.

Reconheceu que o Google tem muito trabalho a fazer. “Ainda é difícil obter boas recomendações personalizadas de bons lugares para ir”, exemplificou, referindo-se a restaurantes ou shows. “Por que não ter o Google me dizendo onde encontrar o melhor caldo verde?”, perguntou.

Uma pesquisa no Google por “o melhor caldo verde” já hoje dá algumas sugestões.

Fonte: Portal Publico

Sair da versão mobile