Após três meses de queda, o índice de inadimplência das empresas (acima de 90 dias) apresentou aumento, fechando setembro em 11,52%. Em comparação, agosto encerrou com 10,82%, e junho apresentou o menor percentual desde julho de 2022, com 10,27%. Os dados são do Índice Multiplike de Desenvolvedores (IMD), da Multiplike.
Os números mostram que a faixa de dívidas com mais de 360 dias de atraso registrou a maior variação, passando de 19,05% em agosto para 20,37% em setembro. Da mesma forma, a inadimplência de prazos curtos, até 30 dias, aumentou de 39,18% para 39,75%. O IMD, da Multiplike, utiliza uma base comparativa de janeiro de 2022 a setembro de 2024 e é atualizado mensalmente.
Segundo o CEO da Multiplike, Volnei Eyng, esse crescimento é resultado do aumento da taxa Selic – na quarta-feira, 6, subiu mais 0,5 ponto, de 10,75% para 11,25%. “O índice de inadimplência costuma seguir de perto as variações da taxa Selic”, afirma.
No período em que a Selic se manteve estável, a taxa de inadimplência também estabilizou em torno de 10,82%, mas agora, com o novo ciclo de alta dos juros, a inadimplência já apresenta crescimento. Eyng avalia que esse cenário leva a uma espécie de pirâmide financeira perigosa para as empresas, especialmente aquelas que operam próximas ao ponto de equilíbrio financeiro ou que possuem alto nível de endividamento.
Para o executivo, o cenário de inadimplência deve permanecer desafiador, principalmente com a taxa Selic em alta. Eyng alerta que as empresas que já operam com endividamento elevado serão as primeiras a sentir os impactos do aumento dos juros. “As dívidas de longo prazo se tornam mais difíceis de recuperar em um cenário de juros altos”, afirma. “Muitas empresas que viam uma chance de recuperação acabam desistindo quando os custos financeiros aumentam.”
Com informações de DC News.
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