O Mercado & Consumo em Alerta desta quarta-feira reuniu Bel Humberg, cofundadora da Fashion Code e OQVestir; Marcos Samaha, CEO do Tenda Atacado; e Gustavo Fagundes, COO da Dufry para uma conversa sobre o presente e o futuro do varejo em meio á pandemia de coronavírus. Com mediação de Marcos Gouvêa de Souza, diretor-geral do grupo GS& Gouvêa de Souza, os executivos compartilharam seus pontos de vista sobre o atual cenário brasileiro.
Para Bel Humberg, fundadora e ex-acionista do site de moda OQVestir, que inaugurou um serviço de personal stytlist em agosto do ano passado com o Fashion Code, a empresa nasceu pouco antes de um momento onde a adaptação do mercado se fazia necessária. Segundo ela, a Fashion Code já tinha um posicionamento de olhar para o futuro e levar solução até a ponta, ou seja, o cliente.
“Pensamos muito na questão da sustentabilidade e da compra mais assertiva ao lançarmos esse modelo de negócios 100% online”, disse a executiva que destacou também sua preocupação com o número de varejistas que não estão no ambiente digital. “Dos cinco milhões de varejistas, apenas 50 mil tinham operação no online, um número muito baixo. Eu acredito que a crise ajudou, e ainda vai ajudar mais, o varejo de moda física a despertar para o online”, concluiu.
A executiva revelou que junho foi o mês de maior faturamento da empresa. “Nosso desafio é acertar o time, uma vez que somos pequenos e temos pouco tempo de existência, já que inauguramos em agosto. Estamos construindo diversos processos e com esse salto no nosso faturamento entendemos que moda é nada mais do que desejo. A pessoas querem estar atualizadas e se vestirem bem, por isso seguimos trabalhando para oferecer aquilo que as nossas clientes procuram”, disse.
Segundo ela, metade dos funcionários é da área de tecnologia, voltados principalmente à criação do sistema de recomendação. Ela diz, no entanto, que o toque humano é fundamental. Por isso, a marca montou uma loja física na cidade de São Paulo, que neste momento está desativada, onde as clientes podem ter um atendimento pessoal.
A também advogada e psicóloga acredita que os empreendedores precisam de paixão pela ideia porque nada substitui o brilho dos olhos para envolver pessoas nos projetos. Ela disse ainda que é preciso tranquilidade de espírito para a tomada de decisão, resiliência, fortaleza para longas jornadas e direção nos negócios. Mas alertou dizendo que “o negócio só existe se você for resolver uma questão, que é a dor do cliente”.
Sobre liderança feminina, a executiva disse que as mulheres têm muito a contribuir nas empresas por caraterísticas como, atenção humanizada, inspiração otimista, acolhimento das pessoas e questões sensíveis, olhar de grupo e capacidade multitarefas. Mas o mais relevante para as organizações é a complementariedade do feminino e do masculino na gestão.
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