O vegetarianismo segue tendência de alta no Brasil. Segundo um estudo feito pela MindMiners, empresa de tecnologia especializada em pesquisa digital, 30% dos entrevistados que estão pensando em mudar sua forma de alimentação indicaram que pretendem adotar o vegetarianismo. Segundo a última pesquisa do Ibope sobre o assunto, de 2018, o País tem quase 30 milhões de pessoas que se classificam como vegetarianas.
“Podemos dizer que um percentual bastante significativo dos brasileiros está revendo e repensando o consumo de carne e a tendência é que diminuam seu consumo”, diz Danielle Almeida, CMO da MindMiners.
Entre os motivos apontados para a mudança de hábitos, a principal foi a preocupação com o bem-estar dos animais, com 47%. Em segundo lugar apareceu a saúde, com 44%, seguida pela sustentabilidade.
Entre os vegetarianos e veganos ouvidos no estudo, 46% citaram a dificuldade de encontrar alimentos próprios é o principal desafios do estilo de alimentação, enquanto 65% gostariam que os preços dos alimentos fossem menores. “Alimentos prontos e semi-prontos, que sejam verdadeiramente saudáveis e adequados à dieta são uma demanda ainda reprimida quando pensamos nos desejos desses consumidores, e um incentivo a mais para aqueles que querem se tornar veganos ou vegetarianos”, diz Danielle.
A executiva destaca que essa é uma grande oportunidade para as marcas que conseguirem trazer soluções práticas para a vida desse público, assim como para aqueles que estão considerando uma transição alimentar.
Entre os produtos mais consumidos, estão hambúrgueres à base de plantas (32%), leites vegetais (30%), doce e chocolate (26%), queijo vegetal (22%) e leite vegetal (20%).
Embora muitas pessoas ainda não tenham aderido 100% a esse estilo de vida, 45% dos consumidores não compram produtos testados em animais e 41% verificam se os ingredientes têm ou não origem animal.
Entre os entrevistados, 59% acompanham influenciadores ou produtores de conteúdo que falam sobre vegetarianismo e veganismo. A mais citada foi Luiza Mell, com 33%, seguida por Luíza Motta, da Larica Vegana, com 25%. A Sociedade Vegetariana e o Vegano da Periferia seguem em terceiro, com 24%.
Oportunidades para as marcas
Não por acaso, grandes empresas de alimentos têm apostado no segmento. Nesta semana, a Unilever Food Solutions, unidade de negócios da Unilever com soluções para o foodservice, se uniu à plataforma de entrega de refeições iFood para criar uma iniciativa em benefício ao setor e, ao mesmo tempo, estimular o consumo de receitas vegetarianas.
Para participar, as casas deverão incluir em seus pratos produtos de pelo menos uma das marcas selecionadas pela companhia para a ação – The Vegetarian Butcher, carne plant-based que desembarcou no Brasil em 2020 direto para o foodservice, e maionese Hellmann’s Vegana.
“A Unilever tem um compromisso com a sustentabilidade que passa prioritariamente pela redução do consumo de proteína animal. Nesta ação, a proposta é uma aproximação do consumidor com receitas vegetarianas e veganas, mostrar que os alimentos de origem vegetal podem ser tão bons ou até melhores que aqueles de origem animal”, disse a gerente de Marketing da Unilever Food Solutions, Camille Lau.
Em maio, a PlantPlus Foods apresentou seus primeiros produtos no mercado brasileiro. A empresa, uma joint venture de Marfrig e ADM para alimentos plant-based, foi criada no ano passado.
“Nosso propósito é oferecer escolhas para os consumidores. Queremos ser a primeira opção não só para vegetarianos e flexitarianos, mas também atrair cada vez mais as pessoas que consomem carne bovina”, disse o CEO da PlantPlus Foods, John Pinto, em evento promovido virtualmente.
Ele destacou que a categoria de produtos de base vegetal vem registrando crescimento no mundo todo, mas o foco principal da empresa neste momento são os países das Américas do Sul e do Norte, que representam cerca de 40% da oportunidade global deste mercado.
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