A BlackRock demitirá cerca de 3% de sua força de trabalho global, anunciaram o CEO Larry Fink e o presidente Rob Kapito em um memorando aos funcionários nesta terça-feira, 9.
“Enquanto nos preparamos para 2024 e para este cenário muito emocionante, mas distintamente diferente, as divisões de toda a empresa desenvolveram planos para realocar recursos”, dizia o memorando, sem dar mais detalhes sobre quem seria cortado.
Os cortes totalizariam cerca de 600 funcionários, com base na força de trabalho da empresa. As demissões não se concentram em nenhum time ou divisão, disse uma pessoa familiarizada com o assunto.
De acordo com o memorando, a BlackRock espera ter uma força de trabalho maior até o final de 2024, após adicionar algumas de suas áreas de crescimento, que incluem o negócio de fundos negociados em bolsa, mercados privados, serviços terceirizados de CIO e o software Aladdin da empresa.
Brasil no mapa de investimentos
Com os Estados Unidos em posição para cortar juros no ano que vem e a China na sombra de uma crise de liquidez no mercado imobiliário, o Brasil tem posição de destaque na tese de investimentos da BlackRock, empresa multinacional de investimentos, para 2024. Incertezas quanto à política fiscal poderiam atrapalhar o processo, mas a gestora vê oportunidades nos mercados de renda fixa e câmbio do País.
A sinalização do Banco Central dos EUA (Federal Reserve, o Fed) de que deve afrouxar a postura no ano que vem abre caminho para o retorno de investidores aos títulos da dívida americana, como evidenciado pela queda nos juros dos Treasuries deflagrada pela decisão da última quarta-feira. Ainda assim, a empresa entende que o diferencial segue favorável para a maior economia da América Latina, onde a Selic continua na casa dos dois dígitos.
“O Brasil é um dos nossos principais componentes no lado da dívida, por diversas razões, uma delas é que os juros reais estão atraentes“, afirmou o gestor de portfólio de alocação global da BlackRock, Russ Koesterich, em evento na sede da companhia em São Paulo. “No lado das ações, temos menor exposição, em parte porque estamos mais cautelosos em relação à China”, disse.
Com informações de Estadão Conteúdo (Dow Jones Newswires)
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