Em um movimento para mostrar sua nova fase no mercado brasileiro, o Grupo Caoa, agora comandado por Carlos Alberto de Oliveira Andrade Filho, apresentou nesta semana três automóveis híbridos e elétricos da marca Hyundai que serão vendidos com exclusividade no País pela empresa brasileira a partir deste mês.
Além de introduzir no País os primeiros veículos eletrificados da marca coreana, com a qual a Caoa tem parceria desde 1999, a ampliação da gama de modelos com essas tecnologias faz parte da guinada que Andrade Filho planeja para o grupo rumo à eletrificação.
A Caoa já produz dois modelos híbridos flex da coligada Chery na fábrica de Anápolis (GO), o Tiggo 5 e o Tiggo 7, mas a intenção é ter uma gama completa de produtos menos poluentes do que os carros a combustão, parte deles importada e parte com produção local.
“O Brasil caminha para a eletrificação, não necessariamente com modelos 100% elétricos, que também vão chegar, mas mais para frente”, afirma Andrade Filho em seu primeiro encontro com jornalistas desde que assumiu o cargo de CEO do grupo, em outubro do ano passado.
Carlos Alberto de Oliveira Andrade, seu pai, fundou em 1979 a Caoa (iniciais de seu nome), e esteve à frente dos negócios até falecer, em agosto de 2021. Foi ele quem trouxe para o Brasil a marca Hyundai, assim como a francesa Renault, anos antes.
O grupo hoje, além da produção de modelos Hyundai e Chery, tem várias concessionárias, locadora, seguradora e consórcio próprios.
Lançamentos
Ainda neste mês, a Caoa inicia as vendas do fastback (mistura de sedã e utilitário-esportivo) Ioniq híbrido. O modelo já rodava pelo País desde novembro, mas apenas por meio de locação feita pela empresa do ramo pertencente ao próprio grupo.
Em julho, começam as vendas do SUV compacto Kona híbrido e, em agosto, da versão elétrica – que, segundo a empresa, tem 250 quilômetros de autonomia com a bateria totalmente carregada. Os preços dos três modelos importados da Coreia serão anunciados nos próximos dias.
O objetivo do grupo é ampliar sua presença no segmento de veículos eletrificados. “Neste início de ano, mais de 50% das nossas vendas foram dos modelos híbridos”, informa Andrade Filho.
Fábrica em São Paulo
Aos 23 anos e formado em administração e marketing pela Brown University, nos Estados Unidos, Andrade Filho informa que o plano de reabrir a fábrica de Jacareí, no interior de São Paulo, está mantido para 2025. A produção de modelos da Chery foi suspensa em maio do ano passado.
Na ocasião, o grupo brasileiro, dono de 50% da companhia chinesa, informou que a planta seria remodelada para produzir veículos elétricos e híbridos.
Com o anúncio, há duas semanas, de que a matriz da Chery vai construir uma fábrica para carros elétricos na Argentina, houve especulações no mercado de que a unidade do interior paulista não retomaria a produção de veículos. Hoje, as instalações são usadas para serviços de logística.
“Não mudamos nada em nossos planos, e a fábrica de Jacareí voltará a funcionar em 2025”, afirma Andrade Filho. Segundo ele, apesar de a unidade de Goiás ter capacidade para ampliar sua produção, o grupo precisa da planta paulista para seus projetos futuros.
Viagem à China
Na última quinta-feira (9) ele e o vice-presidente executivo da Caoa, Marcelo de Oliveira Elias, embarcaram para a China, onde vão participar de um evento e discutir com executivos da matriz da Chery futuros produtos que serão feitos no Brasil, parte deles em Goiás e parte em São Paulo.
De acordo com Andrade Filho, uma eventual fábrica da Chery no país vizinho vai, inclusive, ajudar a ampliar exportações do Brasil, já que o acordo do Mercosul prevê, pelo menos até 2029, uma reciprocidade entre exportações e importações.
Além dos três modelos eletrificados, a Caoa mostrou também versões atualizadas do SUV Tucson e do comercial leve HR – ambos são produzidos em Anápolis e passaram por pequenas reestilizações.
A empresa iniciará em breve a pré-venda do Kona de forma online, assim como as encomendas do Tucson e do HR – que, segundo Andrade Filho, é líder em vendas no seu segmento.
O veículo é utilizado principalmente por empresas de logística no transporte de cargas nas áreas urbanas das grandes cidades.
Com informações de Estadão Conteúdo (Cleide Silva)
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