Hoje, com um cenário no qual consumir bem é fazer escolhas de consumo melhores, muito tem se falado sobre os processos de recompra de produtos, originários dentro da chamada “economia circular”. A tendência, que é conhecida como “re-commerce”, tem sido adotada por grandes varejistas, em diversos segmentos – desde moda até tecnologia.
Em tempos de crise econômica, mas também de maior conscientização, a solução do re-commerce surge atendendo a anseios oriundos da geração Z: cerca de 67% dos jovens consumidores americanos afirmam terem adquirido peças usadas, compradas em sites e lojas de varejistas. Esses sites e lojas, por sua vez, também acabam comprando de seus consumidores essas mesmas peças, fazendo um círculo de revenda.
Dar acesso a produtos de qualidade, mesmo que de segunda mão, e ainda contribuir com a redução do impacto ambiental são algumas das soluções que o re-commerce traz para a nova economia.
No Brasil, já vemos movimentos desse tipo por exemplo no mercado de telefonia móvel, que acaba recebendo o celular usado e realizando o abatimento no valor de um aparelho novo. Já existem lojas como as da Motorola, por exemplo, que têm áreas específicas da loja para o recebimento de aparelhos e baterias – projeto incrível que tivemos o prazer de realizar no Grupo Bittencourt.
Outro benefício do re-commerce é driblar os altos preços que se veem em tempos de inflação mais alta e continuar a fidelizar clientes, que já conhecem a qualidade dos produtos das marcas – ele traz um produto usado, e recebe desconto na compra de um produto novo. Os varejistas que enxergam esse tipo de ciclo das mercadorias de forma mais sustentável, além de darem sua contribuição ao bolso dos clientes, acabam por adotar uma postura socialmente responsável e sustentável. E com o beneficio de que a balança se equilibra – não é apenas uma ação responsável, é também de geração de receita e incremento de resultado.
Sistemas de logística reversa para resgate de produtos usados e outros também começam a fazer parte dos planos para quem quer fazer desse mercado do re-commerce uma oportunidade, que tem tudo para continuar a ajudar a todos os stakeholders envolvidos no ecossistema e que estejam comprometidos por um consumo cada vez mais consciente.
Lyana Bittencourt é CEO do Grupo Bittencourt.
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