Prestes a completar 150 anos, o Café Girondino fechou definitivamente as portas. Até então, era o mais antigo da capital paulista em funcionamento. Em nota, o estabelecimento informou que “a pandemia deixou cicatrizes que não curaram”. Aberto na Rua 15 de Novembro, em 1875, estabeleceu-se no Largo São Bento a partir de 1998, onde funcionou até o fechamento.
Localizado no triângulo histórico de São Paulo, o Girondino funcionou de segunda à segunda, resistindo com glamour aos desafios econômicos e sociais do entorno. O estilo marcante do século 19 prevaleceu como conceito de loja em sintonia com o seu tempo, buscando inovações no atendimento e no cardápio.
Mas a crise sanitária global, com a covid-19, resvalou problemas intransponíveis. O Girondino, no entanto, não detalhou esses problemas “Lutamos bravamente. Não nos faltou valentia e resiliência. Há quase uma semana a nossa porta está fechada. E assim permanecerá”, diz o empreendimento na nota publicada em suas redes sociais.
Não sem nostalgia, o Girondino relembrou os pontos turísticos visíveis do casarão da Rua Boa Vista, como o Mosteiro de São Bento.
- Leia abaixo o comunicado escrito na íntegra pela empresa:
“Há quase uma semana a nossa porta está fechada. E ela nunca esteve assim. Até mesmo aos domingos, fazíamos questão de deixá-las abertas. Era através delas que contemplávamos um dos nossos cartões portais, o mosteiro de São Bento.
Beleza por fora e beleza por dentro. Revivemos um pouco do glamour e requinte do século passado, prestando uma merecida homenagem a memória paulistana.
E, falando em memória, foram incontáveis as memórias que criamos juntos com vocês. Memórias de afeto. Memórias de amor. E que ficarão para sempre guardadas, mesmo com as portas fechadas, em vocês e em nós.
E assim, mais do que um café, a gente foi se tornando quase que um patrimônio histórico da cidade. Fomos oásis em meio ao caos e ao barulho do nosso centro. Fomos resistência e vanguarda no nosso amado triângulo histórico, que segue vivo e se reinventando.
Nós não conseguimos. A pandemia deixou cicatrizes que não curaram. Lutamos bravamente. Não nos faltou valentia e resiliência. Há quase uma semana a nossa porta está fechada. E assim permanecerá.
A todos vocês, que construíram essa linda história com a gente, o nosso muito obrigado.”
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