Neste quarto episódio da série sobre os “Benefícios da Gamificação no Ambiente Corporativo”, vamos explorar os elementos-chave da gamificação e entender como esse tripé age conjuntamente para atingir o objetivo da produtividade e do engajamento.
A expressão “produtividade feliz” foi utilizada pela designer de jogos Jane McGonigal em um TED Talk em 2010 em que o tema era “jogando por um mundo melhor”. Ela deu o nome de produtividade feliz ao engajamento provocado pelos jogos e relacionou com os jogos de videogame que prendem a atenção do jogador por horas e horas a fio e que toda essa imersão traz felicidade.
Pois bem, o entendimento e a provocação feita por ela foi de que poderíamos utilizar essa magia que os games têm de conseguir foco, persistência e resultados de felicidade para as situações da vida real. Naquela fala, mesmo sem usar a palavra gamificação, essa ferramenta já estava sendo anunciada como revolucionária para transformar a educação e muitas áreas da nossa vida.
Os princípios da gamificação como vimos acima já são falados e estudados há algum tempo, e por que eles têm conquistado cada vez mais espaço? Segundo Vicente Mastrocola, professor adjunto da ESPM que leciona plataformas digitais e game design, “as empresas começaram a entender as técnicas motivacionais usadas por designers de videogames e aplicá-las em outros contextos. Essas técnicas incluem concepção de objetivos, reconhecimento por badges, colaboração em equipe, estímulo à competição via rankings e acúmulo de pontos”.
Resgatando os elementos-chave da gamificação que são prazer, objetivo e interatividade que falamos no início do artigo, trago abaixo um pouco do conceito e contextualização de cada um dentro da gamificação:
• Prazer: os jogos contam histórias. Costumo dizer que sempre para ter um jogo temos que ter uma história e precisamos ter roteiros que tragam histórias prazerosas, divertidas, profundas e misteriosas. Essa atmosfera que faz parte das histórias é que vicia e que nos leva ao foco pelo prazer e pela felicidade que proporcionam.
• Objetivo: aqui estamos falando da jornada! Todo jogo tem objetivo e regras claras a serem atingidas. O que move é o desejo de evoluir nas etapas do jogo, de competir em busca da vitória. Seja a vitória em um jogo de equipes ou a vitória pessoal pelo atingimento da meta e da concretização da jornada.
• Interatividade: neste elemento temos uma boa parcela da mágica dos games que envolve a interação. Ela é responsável pela participação ativa, pela continuidade do foco e pela entrega, pela conexão entre as pessoas e pela criação de laços entre os participantes.
Finalizo o artigo trazendo uma fala da Jane McGonigal que diz que o “o mundo real não é suficientemente envolvente e motivador, e, com muita frequência, não nos faz felizes. A gamificação promete remediar essa ‘falha de design’, criando uma realidade que transforma as partes monótonas, difíceis e deprimentes da vida em algo divertido e inspirador”.
Encontro vocês no nosso próximo episódio!
Patricia B. Bordignon Rodrigues é CEO Benkyou.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
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