No nosso primeiro episódio falamos sobre conceito do metaverso com o objetivo de explicar de forma simples o que esse tal de metaverso faz, onde reside, como funciona e como vai impactar as nossas vidas.
Nesse episódio vamos trazer as aplicações do metaverso nos mais variados setores e nas mais variadas formas. Assim entenderemos por que foi criado, por que estão investindo milhões de dólares nele e onde planejam chegar.
Nas palavras de Marcelo Pontieri, gerente de marketing da divisão enterprise da NVIDIA, “o que estamos criando é um outro mundo que pode ser tão rico quanto o mundo real, uma outra realidade. Em breve, o conceito se tornará uma plataforma que não está vinculada a nenhuma aplicação ou lugar único, digital ou real”.
Ele, o metarverso, é um mundo 3D virtual interativo, imersivo e colaborativo que permite que as interações entre as pessoas sejam multidimensionais, no qual os usuários poderão se conectar a uma vasta gama de conteúdos que estarão disponíveis.
A alavanca que acelerou essa nova tecnologia foi a necessidade de oferecer diferentes maneiras no mundo online, mais interativas, evidenciado o foi o mundo que tínhamos durante a pandemia da covid-19. Tudo passou a ser online e as limitações de interações foram a grande chave para dar uma provocação do metarverso. As empresas entendiam naquele momento que existia uma demanda de criar ambientes virtuais mais próximos da realidade e que, quando tudo isso passasse, as pessoas iriam mudar seus hábitos, criariam rotinas e teriam uma certa fobia para voltar ao “normal”.
Por esses motivos as empresas passaram a estudar como seria a vida pós-pandemia e viram que provavelmente prevalecerão os modelos híbridos e consequentemente o metaverso vai ter um grande espaço de atuação, aproximando as pessoas, permitindo que elas interajam e que possam se sentir felizes e seguras.
Essa mudança repentina de vida afetou drasticamente o emocional das pessoas, plantando nas suas mentes o medo do desconhecido, a dúvida de como será o amanhã e aonde elas vão se encaixar para viver essa nova realidade.
A grande mágica é conectar pessoas que estão longe fisicamente, criando experiências mais naturais de interação. O grande sonho é que os nossos avatares consigam fazer na plataforma virtual qualquer coisa que fazem no mundo real, sendo a margem entre o mundo físico e o mundo digital praticamente ilimitada. E por que não experimentar também coisas inusitadas? Experiências que às vezes também não podemos fazer, ser ou ter no mundo real.
Os usuários poderão assistir a filmes, desfiles de moda, reunir-se em escritórios, comprar roupas e interagir com os amigos de forma espontânea e interativa.
Uma das grandes apostas são os metaversos corporativos, que vão remontar digitalmente parte da experiência física para que a transição entre os ambientes seja mais suave. O metaverso está no meio do trajeto entre o trabalho remoto e o novo presencial pós-pandemia.
O metaverso vai abrir portas para novas experiências criativas, permitindo que as marcas tenham mais oportunidade de contar longas histórias, interativas e emotivas.
Quero trazer duas iniciativas interessantes dentro do conceito do metaverso que deverão decolar para esse futuro virtualizado. Uma delas é o NVIDIA Omniverse, que é uma tecnologia voltada para colaboração virtual e simulação precisa em tempo real. Nele, criadores, designers e engenheiros podem conectar as principais ferramentas de design, ativos de produção e projetos para colaborar e interagir em um espaço virtual compartilhado.
Estamos falando de um “mundo paralelo” que se conecta com a realidade, que permite que as pessoas experimentem ambientes virtuais que se parecem e se comportam exatamente como um mundo físico, o que facilitará em muito o trabalho remoto, pois aproximará pessoas que estão distantes geograficamente. Alguns exemplos são arquitetura, engenharia, construção civil, manufatura, mídia, entretenimento e supercomputação.
A outra aplicação é o Omniverse que já está sendo utilizado por várias indústrias. Na indústria automobilística, a BMW foi a primeira fabricante de automóveis a usar o NVIDIA Omniverse para projetar uma réplica digital completa de uma fábrica inteira.
Esse ambiente digital trará enormes oportunidades para criadores e artistas individuais, para pessoas que desejam trabalhar e possuir uma casa longe dos centros urbanos de hoje e para pessoas morando em lugares onde as oportunidades de educação ou recreação são mais limitadas.
Tudo isso tem como mola propulsora a combinação de tecnologias como o 5G, Inteligência Artificial, Internet das Coisas, a computação em nuvem e muitos gadgets que virão por aí. Imagine que não só óculos, mas sensores, roupas inteligentes e equipamentos táteis vão complementar este universo e potencializar sensações e experiências. Vamos continuar imaginando? Bom. Agora pegue carona nas suas férias e imagine seus clicks e filmagens sendo divididos de forma mais inclusiva, com mais detalhes, sem você precisar se preocupar de capturar, porque seus óculos farão isto para você! Tudo capturado e automaticamente registrado.
Saindo da linha comercial, de entretenimento ou produção, muitas outras áreas podem ser beneficiadas, entre elas a educação e a medicina, que já experimentam tecnologias que irão levar mais saber e saúde aonde havia restrição. No caso da educação, aprender será muito mais rico e envolvente. Acho que aquela sala com giz no quadro começa a se dissolver daqui a um tempo.
Tem muita água para rolar por baixo da ponte. Temos muito a caminhar para confirmar se o metaverso será mesmo o futuro da internet, seja para entretenimento, seja para uso profissional e industrial, mas é certo que essa tecnologia vem sendo implantada gradualmente com possibilidades de nos levar para um universo virtual cada vez mais realista e colaborativo.
Patricia B. Bordignon Rodrigues é Diretora de Marketing e Canais Benkyou.
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