A Tecnisa, incorporadora tradicional no segmento de média e alta renda, anunciou nesta sexta-feira, 10, a marca Tencasa, para atuar no Minha Casa Minha Vida (MCMV). A empresa já atuou dentro do programa habitacional no passado, com o nome TecnisaFlex, que acabou extinta quando o grupo parou de lançar projetos dentro do segmento econômico. Agora, ela decidiu voltar ao mercado imobiliário econômico devido às condições mais favoráveis do programa habitacional.
Os lançamentos da Tencasa estão previstos para o primeiro semestre do ano que vem. A princípio, eles serão feitos em parceria com as incorporadoras mais experientes no segmento, como a Plano & Plano. Nesta retomada, a estratégia será de começar como sócia minoritária nos empreendimentos com parceiras.
“A Tecnisa está animada em retomar projetos de baixa renda por meio da Tencasa”, disse o presidente da incorporadora, Fernando Tadeu Perez. Futuramente, a companhia planeja atuar de forma independente. “A boa notícia é que já temos alguns terrenos com potencial para avançarmos neste setor”, complementou Perez.
O executivo ressaltou que é importante segmentar as equipes de compra de terrenos, desenvolvimento de condomínios, engenharia e vendas. Isso porque os apartamentos para públicos de baixa e alta renda têm suas peculiaridades.
A margem de lucro no MCMV, por exemplo, é mais apertada, porque os preços dos imóveis têm limites, devido à menor capacidade de compra dos consumidores. Na década passada, muitas incorporadoras se aventuraram no programa, mas sofreram com estouros de orçamentos e prejuízos. “É como Ferrari e Fusca. Os dois são carros, mas são totalmente diferentes. Se mandar a Ferrari fazer um Fusca, ela vai ter problemas”, exemplifica.
Desde a metade do ano, passaram a vigorar as novas regras que turbinaram o Minha Casa Minha Vida que serviram de incentivo para a expansão dos lançamentos do setor. Além da Tecnisa, outras incorporadoras de médio e alto padrão também estão se preparando para desenvolver projetos dentro do programa, como Trisul, Lavvi e Mitre.
O MCMV contou com aumento do subsídio de R$ 47,5 mil para R$ 55 mil, corte dos juros em 0,25 ponto porcentual para o financiamento das famílias de menor renda (para o patamar de 4,0% a 4,25% ao ano) e elevação do teto de preços dos imóveis para até R$ 350 mil, permitindo que mais moradias sejam enquadradas no programa.
Outra medida importante foi o financiamento bancário com prazo estendido para até 35 anos para os mutuários em geral (antes eram até 30 anos) para pagamento dos empréstimos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Na prática, isso permitiu uma diluição do valor médio das parcelas, ampliando o poder de compra no segmento.
Com informações de Estadão Conteúdo.
Imagem: Shutterstock