Uma nova categoria de restaurantes começa a fazer parte do nosso cotidiano e, dado o surgimento de diversas redes nos últimos anos, tudo indica que vieram para ficar.
Estes restaurantes se parecem com as redes de Fast Food, mas possuem algo diferente. Também lembram os restaurantes Casual Dining, com algumas particularidades… Enfim, esta nova modalidade de restaurantes, denominada Fast Casual, é a que mais cresce no mundo e possui entre seus principais expoentes as redes americanas Chipotle, Peiwei, Five Guys, Shake Shack, Au Bon Pain e Panera Bread, entre outras.
O conceito do Fast Casual é simples: unir boa comida (regada a produtos de boa qualidade e produção cuidadosa) à casualidade do Fast Food, onde o cliente faz o pedido no caixa, pega uma senha e retira no balcão. Além disso, a cozinha é aberta e o cliente vê o preparo do seu prato na hora. Este conceito cai como uma luva para os Millennials, ou geração Y, nascidos entre 1980 e 1995 e que valorizam, sobretudo, conveniência, praticidade e qualidade.
Economicamente, o conceito Fast Casual é interessante para o público, pois proporciona a experiência da comida “gourmet” com tíquete médio um pouco mais baixo do que o de um restaurante à la carte com força gastronômica (mas ainda assim, um pouco acima dos Fast Foods). Para os proprietários, este modelo é bem-visto, pois a ausência dos garçons ajuda a baratear os custos do negócio, além do conceito ter mais força que o de um Fast Food comum, o que os deixa à frente dos concorrentes.
O desenvolvimento deste setor é impressionante: só nos Estados Unidos, restaurantes Fast Casual obtiveram um crescimento de 550% desde 1999, dez vezes mais em relação aos Fast Food durante o mesmo período. A mesma pesquisa, realizada pela Euromonitor, mostra que apenas em 2014 os norte-americanos gastaram mais de US$ 21 bilhões em restaurantes Fast Casual.
Aqui no Brasil algumas redes têm feito muito sucesso partindo deste modelo: as hamburguerias gourmet Bullguer e Burger Joint, a pizzaria cool Bráz Elettrica, o japonês Sukiya, a kebaberia Laffa, a rede alemã de comida italiana Vapiano, os novos restaurantes do Wendy´s… Além destes, algumas redes de Fast Food já estão se rendendo ao novo conceito – marcas como Bob´s, Giraffa´s e Spoleto já possuem lojas reformadas utilizando-se deste modelo.
Para redes tradicionais como o Bob´s, este assunto é de vital importância estratégica. Depois das primeiras experiências com lojas reformadas, os resultados foram tão bons (aumento médio de 20% nas vendas) que agora pretendem transformar todas as lojas até 2019.
O conceito de personalização e liberdade de escolha dos ingredientes, a partir do momento que passou a permitir a customização dos lanches que antes eram padronizados, foi um sucesso. Atualmente, o cliente pode retirar ou dobrar a quantidade de ingredientes, como molhos e acompanhamentos, sem custo adicional – os únicos ingredientes que ainda são imutáveis são o pão e a carne do hambúrguer. Além disso, eles investiram em tecnologia. Totens de autoatendimento instalados nas lojas permitem que o cliente faça pedidos, monte seu lanche e pague a conta sozinho. Na arquitetura e layout das lojas, cadeiras e mesas padronizadas, típicas de praças de alimentação, foram aposentadas. Agora, as lojas possuem diversos tipos de mobiliários, desde mesas grandes para grupos de amigos até banquetas individuais.
Muitos especialistas arriscam dizer que em poucos anos, todas as redes de Fast Food migrarão para o Fast Casual e, portanto, este será o novo padrão de comida rápida no mundo. Vamos esperar para ver.