A rede de joalherias Tiffany & Co irá informar a origem dos seus diamantes para atender a solicitação de seus clientes, entre os quais vem crescendo uma preocupação ética em relação àquilo que consomem. Cada um dos diamantes da marca receberá a gravação de um número de série exclusivo, gravado a laser e invisível ao olho nu.
Nas lojas haverá um aviso com as informações geográficas da origem de cada pedra abaixo de cada produto. Essas informações serão repassadas aos certificados de diamante, que acompanham as peças após a compra. As mudanças estão restritas, no momento, às pedras de 0,18 quilate de suas joias das linhas de namoro e casamento.
A Tiffany compra de 80% a 90% dos diamantes brutos de minas selecionadas de alguns países, como África do Sul, Botsuana, Canadá, Namíbia e Rússia. As pedras são levadas à Bélgica onde passam por uma avaliação que determina o tamanho, qualidade e forma que elas terão após o processo de lapidação.
Na fase seguinte, os diamantes são encaminhados a artesãos, que formam uma grande rede com 1.500 pessoas especializadas e que estão em países como Camboja, Ilhas Maurício, Vietnã e Botsuana. Após isso, as gemas são mandadas para manufaturas da própria marca ou de parceiros, onde são feitos o acabamento, a gradação de qualidade e a colocação nas joias.
O percentual restante dos diamantes, que fica entre 10% e 20%, é adquirido de fornecedores, os quais também passam por um controle. “Todos os membros da minha equipe já os visitaram e interagimos com frequência há anos, por isso sabemos quão transparente são suas cadeias de produção”, afirmou Andrew Hart, vice-presidente sênior de Fornecimento de Diamantes e Joias.
A companhia afirmou que não comprará mais diamantes de países onde há denúncias relativas à violações dos direitos humanos na produção das pedras. Entre eles estão Angola, Congo e Zimbábue, que ainda são aceitos no comércio internacional de diamantes por serem parte do Processo de Kimberley, o compromisso comercial mais conhecido do segmento. Este acordo afirma barrar a comercialização de 99,8% dos chamados “diamantes de sangue”, que são pedras brutas usadas para financiar guerras, massacres e ataques terroristas nos países onde elas são exploradas.
A grife publica há dez anos relatórios sobre o assunto e investe há 20 na realização de compras sustentáveis pela integração de sua cadeia de suprimentos, desde a extração das pedras brutas até a finalização das joias, passando pelos centros de avaliação e a triagem de fornecedores.
A grife criada em 1837 comercializou em suas 314 lojas mais de 600 milhões de dólares em anéis da categoria “Love & Engagement”. De acordo com Alessandro Bogliolo, CEO da Tiffany & Co, a marca acredita que deve “liderar não apenas nessas vendas e na qualidade superlativa das joias, mas também em sustentabilidade e responsabilidade de origem”.
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