No final de agosto realizamos, em São Paulo, mais uma edição do nosso Study Tour, onde escolhemos os mais recentes e melhores exemplos de lojas com foco em temas como inovação, posicionamento, gestão, propósito, entre outros.
Se em um dos meus artigos passados eu explorei um pouco sobre a questão dessas visitas técnicas (e que você pode ler aqui), uma das questões que tem me chamado a atenção é a necessidade de engajar o varejista brasileiro a buscar exemplos fora de seu modelo de negócio.
Na busca por inovação, é comum que um dono de supermercado queira conhecer bons exemplos ou boas práticas somente em supermercados, assim como algum dono de shopping também só deseja conhecer os bons exemplos de seu setor.
Eu acredito que esse é um erro, e mais comum do que se imagina. O varejista precisa entender que tudo o que o cerca pode ser uma inspiração para o seu negócio, principalmente quando falamos em exemplos de marcas de varejo e consumo. No final, estamos sempre falando em como encantar e engajar consumidores.
Para se ter uma ideia, certa vez, um dono de postos me confidenciou que pouco teria a aprender com uma empresa que tinha excelência em serviços como foco, pois seu negócio era apenas a venda de combustível. E não seria o frentista um dos pontos mais frágeis da relação entre um posto e seu consumidor, alguém que deveria ter um foco ímpar na prestação de serviços e na excelência desses?
Eu acredito que é quando o varejista abre sua visão para conhecer diferentes formatos e negócios que a inspiração para algo surpreendente em seu negócio pode aparecer. Não tenho dúvidas de que as peculiaridades de bom supermercado podem ensinar a um dono de depósito de materiais de construção, assim como esse pode ensinar algo a um magazine e assim por diante. É uma cadeia interminável de oportunidades.
Penso que é até mesmo engraçado achar que uma visão limitada apenas ao seu segmento pode direcionar o negócio, uma vez que se estamos analisando apenas nosso mercado e as práticas já existentes nesse, o máximo que podemos é copiar o que está sendo feito, ao invés de criar algo novo de fato.
Não se inspire apenas com seu concorrente. Uma boa resposta ao seu negócio pode estar onde você jamais esperaria. Seja curioso, inusitado, busque aprender com todos os negócios que você tem contato no seu dia a dia.
Seu negócio, seu mercado e seus consumidores agradecem.
* Imagem reprodução