Durante seis dias, de 19 a 24 deste mês, a 27ª edição do São Paulo Boat Show deverá confirmar, segundo os organizadores, a tendência de recuperação do setor, com número recorde de inscritos nas edições pós-pandemia. São 120 marcas confirmadas e a expectativa é de movimentar R$ 500 milhões em negócios. Os estaleiros vão apresentar 150 modelos de embarcações, sendo 50 lançamentos. O evento ocorrerá no São Paulo Expo, na Zona Sul da capital paulista, com a previsão de receber 38 mil visitantes.
Os números se aproximam dos registrados no ano anterior, mas superam em muito, por exemplo, a edição de 2020, que foi realizada excepcionalmente ao ar livre, na raia olímpica da Universidade de São Paulo (USP). Naquele ano, 18 mil pessoas participaram do evento, que contou com 60 expositores e movimentou R$ 155 milhões em negócios, com 215 embarcações comercializadas. Para a edição de 2024, as previsões indicam que o evento superará em 223% os números de 2020 e em 111% o total de visitantes.
Nas duas últimas edições, a feira bateu recordes de embarcações comercializadas: 500 em 2022 e 600 em 2023. Em ambos os anos, os negócios somaram R$ 500 milhões, e para este ano a expectativa é a mesma. Além dos estaleiros, o evento contará com lojistas e fabricantes de motores, entre outros expositores. Paralelamente ao evento, nos dias 18 e 19, será realizada a nona edição do Congresso Internacional Náutica, reunindo representantes do setor, prefeitos e secretários de Turismo.
Para a diretora do Grupo Náutica, Thalita Vicentini, o evento demonstra “o enorme potencial do Brasil”, com mais de 8 mil quilômetros de costa e 60 mil quilômetros de vias navegáveis interiores. “Dois meses antes, praticamente todos os espaços já estavam reservados. Serão dezenas de atrações para todos os perfis de público.” Haverá desde pranchas de surfe até embarcações de luxo. O grupo organiza salões náuticos em toda a América Latina.
Faturamento da indústria náutica
O faturamento da indústria náutica foi em torno de R$ 2,5 bilhões no ano passado, valor que deve se manter neste ano. O presidente da Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e seus Implementos (Acobar), Eduardo Colunna, afirma que, nos últimos três anos, houve um crescimento médio de 5% ao ano. Segundo ele, o setor concentra 45 mil empregos diretos e indiretos na fabricação de embarcações, somando 120 mil em toda a cadeia produtiva.
“Os estaleiros são 100% nacionais. Obviamente, dependem de motorização e equipamentos importados, mas as embarcações são totalmente produzidas no Brasil”, disse Colunna.
A exceção é a Azimut Yachts, multinacional italiana com estaleiro em Itajaí, Santa Catarina. A Acobar possui 25 estaleiros associados, e cada um deles tem, em média, cinco modelos de embarcações. Além do mercado interno, o volume de exportações vem crescendo, com um salto de 140% entre 2021 e 2023: US$ 36,5 milhões (2021), US$ 74,6 milhões (2022) e US$ 87,7 milhões (2023). Europa e Estados Unidos são os principais destinos. De acordo com a associação, as empresas exportam de 10% a 45% de sua produção. Ainda neste ano, ocorrerão o Salvador Boat Show (de 6 a 10 de novembro) e o Foz Internacional Boat Show (de 28 de novembro a 1º de dezembro, em Foz do Iguaçu-PR).
Com informações de DC News.
Imagem: Divulgação/Revista Náutica