Na paisagem dinâmica do foodservice, uma nova geração de consumidores está emergindo com expectativas e valores distintos: a geração Z. Nascidos entre 1997 e 2012, esses jovens cresceram em um mundo digitalmente conectado, influenciando profundamente a forma como interagem com marcas e fazem escolhas de consumo. Para o setor de foodservice, compreender e se adaptar a essas mudanças é essencial para prosperar em um mercado competitivo e em constante evolução.
Os jovens dessa era são a primeira geração verdadeiramente nativa digital. Desde cedo, esse grupo esteve imerso em tecnologia, com acesso contínuo a informações e comunicação instantânea. Para eles, a autenticidade é fundamental, e as empresas que desejam conquistar sua lealdade devem ser transparentes e se alinhar aos valores éticos e sustentáveis.
Para esse público, saber a origem dos ingredientes e como os alimentos são preparados é importante. Eles valorizam marcas que são transparentes sobre suas práticas e que se comprometem com a sustentabilidade ambiental. Esses consumidores têm uma forte inclinação para experiências gastronômicas diversificadas e inovadoras. Restaurantes que oferecem menus criativos, com fusões de diferentes culturas culinárias, tendem a capturar seu interesse e sua imaginação. A experiência gastronômica, para eles, começa online. Eles buscam recomendações nas redes sociais, leem avaliações e compartilham suas experiências de forma digital. Estar presente nessas plataformas e engajar de forma autêntica é essencial para atrair esse público.
Os jovens dessa geração estão profundamente conscientes das questões sociais e ambientais. Eles preferem marcas que demonstram responsabilidade social e ambiental, como o uso de embalagens sustentáveis, práticas éticas de abastecimento e iniciativas de redução de resíduos. A transparência e o compromisso com esses valores são diferenciais que podem influenciar significativamente suas decisões de compra.
A tecnologia desempenha um papel central na forma como esses novos consumidores interagem com o foodservice. Aplicativos de entrega, pagamentos digitais e personalização de pedidos são aspectos esperados por eles. Além disso, a possibilidade de personalizar refeições de acordo com suas preferências e restrições alimentares é um fator decisivo.
Para atender aos desejos dessa geração, o setor de foodservice precisa se adaptar rapidamente. A inovação constante e a capacidade de se reinventar são fundamentais. Algumas estratégias para engajar esses consumidores incluem a incorporação de tecnologias interativas, como realidade aumentada e Inteligência Artificial, para criar experiências de consumo únicas e interativas; o desenvolvimento de uma presença ativa e autêntica nas redes sociais, criando conteúdo que ressoe com seus valores e interesses; e a adoção de práticas sustentáveis em toda a operação, desde a escolha de fornecedores até a gestão de resíduos, comunicando essas iniciativas de forma clara aos consumidores.
O futuro do foodservice está intrinsecamente ligado à capacidade de entender e se adaptar às necessidades dessa geração emergente. Eles estão redefinindo o que significa consumir de forma consciente e responsável. Ao abraçar a transparência, a diversidade e a inovação tecnológica, o setor de foodservice não só atenderá às expectativas dessa nova geração, mas também se posicionará na vanguarda de um mercado em evolução.
Com um olhar atento para o futuro e um compromisso com a autenticidade e a sustentabilidade, o setor de foodservice pode explorar novas oportunidades e enfrentar os desafios que surgem. Esses jovens estão moldando um novo cenário de consumo, e as empresas que conseguirem se alinhar a essa visão terão a chance de construir relações duradouras e significativas com eles.
Danielle Garry é presidente do IFB Brasil.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
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