A Associação Nacional de Restaurantes (ANR) cobrou medidas para salvar empresas e empregos, como a reedição de leis que permitam suspender contratos de trabalho e jornadas/salários, após o governo de São Paulo anunciar o endurecimento das restrições de circulação no Estado nesta quinta-feira (11).
Desta vez, contudo, a entidade não repetiu o tom crítico do comunicado emitido em janeiro contra a decisão do governo paulista de regredir no plano de reabertura das atividades. Na época, considerou que as restrições eram insuportáveis para as empresas do setor, um dos mais atingidos pelo isolamento social.
“A ANR entende que todo o País passa por um momento muito delicado com a expansão da covid-19, seja no número de casos, óbitos e ocupação de UTIs – uma situação que exige novas medidas por parte do Estado, em todas as esferas, sejam elas municipais, estaduais e federais”, comentou hoje a associação.
A entidade acrescentou que a maioria das empresas de serviço de alimentação – entre restaurantes, cafeterias, padarias e lanchonetes – está em colapso, apontando uma nova onda de demissões e falências.
Como forma de amortizar o choque da parada forçada das atividades, a associação pede o relançamento do programa que permitiu no ano passado a suspensão de contratos de trabalho e redução de jornadas, com corte temporário também de salários, bem como linhas de crédito a juros baixos. Também são citados na lista de reivindicações o perdão de tributos e a revogação do aumento das alíquotas de ICMS em São Paulo.
Modelo de negócio prejudicial
Em entrevista ao portal Foodbiz, o presidente do Instituto Foodservice Brasil (IFB), Ely Mizrahi, disse que o setor vai ser especialmente prejudicado pelo aumento das restrições. Além do consumo no local, a retirada presencial de produtos será proibida entre 15 e 30 de março. O atendimento por drive-thru será limitado das 5h às 20h, quando começa o toque de recolher; já o delivery segue permitido em qualquer horário.
“O modelo take away traz uma lucratividade maior do que o delivery, que tem de pagar uma comissão para outras empresas. Essa medida direciona toda a venda para um modelo mais prejudicial, em um momento que o setor já está operando abaixo do equilíbrio”, diz o presidente do IFB.
Para ele, o aumento e restrições deveria ser acompanhado, no mínimo, das mesmas contrapartidas feitas pelos governos federal, estadual e municipal, no ano passado, no início da pandemia. “A reabertura do Pronampe, a postergação do pagamento de impostos e, principalmente, a retomada da MP 936, que permite a redução de salário e jornada, deveriam ser replicados imediatamente.”
Com informações Estadão Conteúdo e Foodbiz.
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