Puxado pelos segmentos de duráveis e semiduráveis, o volume de vendas no varejo avançou 4,4% em julho, na comparação com o mês anterior, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira, 12. Essa é a 14ª alta consecutiva neste tipo de comparação.
Em relação ao mês de junho, a alta foi de 0,6%, com acumulado de 5,1% em de 2024 e de 3,7% em 12 meses.
“Esse é um resultado bastante forte, em função de uma base comparação mais fraca, em julho de 2023, e do início de uma melhoria do cenário econômico. Inclusive, esse cenário já se refletiu nos balanços divulgados pelas empresas do segmento no segundo semestre”, afirma Eduardo Yamashita, COO da Gouvêa Ecosystem.
Na comparação anual, seis das oito atividades pesquisadas apresentaram alta: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (16%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (10,6%), móveis e eletrodomésticos (8,1%), tecidos, vestuário e calçados (5,2%), hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3%) e equipamentos e material para escritório informática e comunicação (0,3%).
Dois segmentos tiveram queda em julho, em relação ao mesmo período de 2023: livros, jornais, revistas e papelaria (-5%) e combustíveis e lubrificantes (-4,3%).
“Quem está puxando no ano contra ano são os segmentos de semiduráveis, como moda e calçados, e o de duráveis, como eletrodomésticos”, destaca Yamashita.
Já a receita nominal do varejo, sem descontar a inflação do período, cresceu 0,9% na comparação com o mês anterior; 9,2% em relação a julho de 2023, 8,4% no acumulado do ano e 6,5% no acumulado de 12 meses.
Varejo ampliado
O varejo ampliado, que também inclui materiais de construção e venda de veículos e autopeças, cresceu 7,2%%, em relação ao mesmo período de 2023; 0,1%, na comparação com junho; 4,7% no acumulado do ano e 3,8% no acumulado de 12 meses.
O segmento de veículos, motos, partes e peças se destacou na comparação anual, com alta de 20,3%; seguido por material de construção, com 11%; e atacado produto alimentício, bebidas e fumo, com 0,6%.
Possível alta nos juros
Para o economista André Perfeito, apesar de os dados refletirem o bom momento da economia, provavelmente, parte do mercado irá ler esse número como mais uma evidência que se faz necessária alguma alta de juros na reunião da semana que vem do Copom.
“Apesar de continuar vendo nessa alta um equívoco, projetamos uma alta de 25 pontos na Selic seguida por mais uma alta de 50 em novembro e uma alta final de 25 em dezembro. Dessa forma a taxa básica vai a 11,50 ao final do ciclo”, afirma.
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