A resistência de Akio Toyoda, presidente do conselho da Toyota, em tornar a frota de veículos da montadora completamente elétrica pode destituí-lo do cargo. A cautela não tem agradado acionistas e gerentes dos Estados Unidos e da Europa, que dizem que votaram ou pretendem votar pela retirada do seu assento na reunião anual da empresa, prevista para esta quarta-feira.
Os acionistas caracterizam o voto como um protesto pela recusa em tornar a linha 100% elétrica, além de questões de governança.
“A Toyota está falhando em se inclinar, como seus pares, para uma transição oportuna para uma frota elétrica”, disse Brad Lander, controlador da empresa em Nova York, em entrevista. “Queremos ser convencidos de que há uma transição em andamento e que eles darão passos significativos em direção a um compromisso totalmente elétrico”.
Toyoda se tornou presidente do conselho administrativo da Toyota em abril, após quase 14 anos como presidente executivo. Segundo ele, o mundo não está pronto para ser totalmente elétrico. Entre os problemas para a mudança, ele cita infraestrutura de carregamento inadequada, escassez de materiais para baterias e a dependência de muitas nações de combustíveis fósseis emissores de carbono para eletricidade.
O novo presidente-executivo Koji Sato, por sua vez, tem pretensão de tornar a linha de carros da Toyota completamente elétrica. Apesar de estar acelerando a investida, ainda não anunciou uma data para a mudança definitiva – o que já foi feito pelas concorrentes General Motors e Honda. Por enquanto, a Toyota tem vendido mais veículos híbridos (que funcionam a gás e eletricidade) do que qualquer outra montadora, com a ideia de que sirvam como uma ponte entre os carros tradicionais e os essencialmente elétricos.
Apesar da vontade dos acionistas, a chance de Toyoda ser afastado do conselho na reunião é mínima, mas uma modesta queda no apoio já seria considerada embaraçosa na cultura corporativa japonesa, que é baseada no consenso. Há um ano, a nomeação de Toyoda para o conselho obteve 96% de aprovação na reunião anual de acionistas da Toyota.
Com informações de Estadão Conteúdo
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