Os altos preços de alimentos, abrigo e assistência médica elevaram o índice de preços ao consumidor em 0,4% nos Estados Unidos, em setembro, na comparação com o 0,1% de agosto, segundo dados do Bureau of Labor Statistics divulgados na manhã de quinta-feira.
“A inflação veio o dobro do esperado. O núcleo por exclusão, como alimentos e energia, que se esperava uma desaceleração de 0,6% para 0,4% repetiu o valor do mês anterior”, diz André Perfeito, economista-chefe da Necton.
A inflação permanece como uma das principais preocupações entre os norte-americanos. Os mercados abriram em baixa após as notícias, com os investidores tentando avaliar como o Federal Reserve responderá. O banco central já aumentou sua taxa básica de juros cinco vezes este ano – que incluiu três altas consecutivas de 0,75% – para tornar os empréstimos e gastos mais caros para esfriar a demanda do consumidor.
O banco central americano planeja continuar aumentando os juros até que a inflação, que estava em 8,3% em agosto, desacelere para cerca de 2%.
Apesar da preocupação com alta inflação e com a elevação das taxas de juros, os consumidores dos Estados Unidos não deixaram de gastar, segundo análise do economista-chefe da National Retail Federation (NRF), Jack Kleinhenz.
“A resultante da piora da inflação nos EUA é a elevação dos juros em escala global em reação à alta que o FED deve continuar fazendo. Todas as moedas principais perdem agora contra o dólar num movimento global de aversão ao risco”, diz Modesto. O aumento de juros nos EUA acelera a saída de capital de países emergentes.
Imagem: Shutterstock