O setor de varejo sofreu a primeira retração após 15 meses de alta, apresentando queda de 0,7% em vendas durante fevereiro de 2023, em comparação com o mesmo mês em 2022. Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) registrou alta de 6,7%.
De acordo com o estudo, o Carnaval foi um dos principais responsáveis pela queda nos números de vendas do setor. A adesão à festa foi substancial em 2023, o que contribuiu para o fechamento de boa parte do comércio. No ano passado, o repique da pandemia fez com que muitos prefeitos cancelassem a festa sem maiores prejuízos para o varejo.
“Muitas cidades cancelaram o feriado no período tradicional. Este efeito pode ser observado quando olhamos o setor de turismo e tansporte, que cresceu bastante, especialmente em cidades turísticas como Rio de Janeiro e Salvador. Por outro lado, o macro setor de bens duráveis foi prejudicado, uma vez que as lojas fecharam durante o feriado deste ano”, afirma superintendente de dados da Cielo, Vitor Levi.
Setores
O macro setor de bens duráveis e semiduráveis apresentou queda de 7,3%, enquanto bens não duráveis e serviços experimentaram alta de 1,7% e 0,9%, respectivamente. Nesta categoria, o segmento que mais contribuiu para a retração foi materiais de construção.
O segmento de drogarias e farmácias, após um janeiro atípico, voltou a crescer e colaborou para o crescimento de bens não duráveis. O segmento de serviços, turismo e transporte foi o que mais ajudou o macrossetor.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo IBGE, apontou alta de 0,84% em fevereiro. O índice acumulado nos últimos 12 meses ficou em 5,60%. Segundo o IBGE, a alta deste mês teve maior influência do grupo de educação. A segunda maior variação foi de saúde e cuidados pessoais. Ao ponderar o IPCA pelos setores e pesos do ICVA, a inflação do varejo ampliado acumulada em 12 meses em fevereiro foi de 7,49%, com desaceleração em relação ao índice registrado no mês anterior.
Regiões
De acordo com o ICVA deflacionado e com ajuste de calendário, os resultados de cada região em relação a fevereiro de 2022 foram: Sul (3,7%), Norte (2,9%), Nordeste (2,3%), Centro-Oeste (1,7%) e Sudeste (1,0%).
Pelo ICVA nominal – que não considera o desconto da inflação – e com ajuste de calendário, os destaques foram as regiões Sul (10,8%), Sudeste (10,6%), Norte (8,3%), Nordeste (7,9%) e Centro Oeste (7,6%).
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