Com um prejuízo líquido de R$ 1,5 bilhão no segundo trimestre, puxado pela baixa das aquisições feitas no passado, a Infracommerce implementou um plano de recuperação e alongamento de dívidas, totalizando R$ 650 milhões.
Ao final do segundo trimestre, a receita líquida total atingiu R$ 265,1 milhões, uma queda de 11,6% em relação ao mesmo período de 2023. Segundo a empresa, parte dessa queda reflete na perda de clientes relevantes e efeitos de saída de clientes onerosos no Brasil, além dos efeitos de M&A e inflação.
A empresa celebrou um memorando de entendimentos não vinculante (MOU) com as instituições financeiras que são suas principais credoras, estabelecendo os parâmetros gerais para o alongamento e repactuação da sua dívida.
Em linhas gerais, o MOU estabelece a repactuação das dívidas mediante:
a) desalavancagem de até R$ 370 milhões, por meio de transação envolvendo a participação que a companhia detém na controlada New Retail e, eventualmente, o ingresso de ao menos R$ 50 milhões em novos recursos a serem destinados para reforço do capital de giro da companhia;
b) emissão de dívida mandatoriamente conversível em novas ações de emissão da Companhia com vencimento alongado, no montante do saldo remanescente da dívida sujeita ao Plano de Restruturação.
O plano de reestruturação tem como objetivo a redução de custos e despesas da companhia a partir do segundo semestre de 2024, com ações estratégicas para melhoria de margem operacional e do fluxo de caixa operacional da companhia, como:
- Otimização dos centros de distribuição, reduzindo a quantidade de centros de distribuição e melhorando a produtividade neles;
- Redução de custos operacionais com renegociações com fornecedores ligados aos principais gastos da companhia;
- Redução de estruturas corporativas;
- Renegociações de preços e prazos de pagamentos para todos os gastos da companhia;
- Renegociação ou rescisão de determinados contratos vigentes com clientes da companhia.
“Do ponto de vista estratégico é premente voltar o foco ao core business, simplificando a operação e mirando rentabilidade, por meio da otimização do portfólio de clientes, execução correta de preços e distrato de clientes não rentáveis. A adequação do parque logístico garantindo a captura de maior eficiência operacional fazem parte da diretriz de focar em eficiência e produtividade na operação e estrutura corporativa. Por fim, a redução de despesas indiretas é mais uma ação já em curso, visando a adequação ao porte da companhia”, informou Ivan Murias, CEO da Infracommerce, em relatório de resultados.
A Infracommerce espera que as medidas contempladas para redução de custos aconteçam ao longo dos próximos 12 meses, sendo significativamente percebidas no segundo semestre de 2024.
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