Os produtos plant-based tem revolucionado o mercado de alimentos e bebidas por todo o mundo, mas ainda existe uma diferença de níveis de maturidade de mercado entre os lugares. Em busca de entender essas diferenças, a Gouvêa Foodservice, em parceria com a Toluna, empresa de inteligência de insumo, realizou um estudo que compara o mercado brasileiro com o norte-americano.
A pesquisa foi divulgada durante o primeiro dia do Latam Retail Show 2022, que começou nesta terça-feira (13) e segue até quinta (15) no Expo Center Norte, em São Paulo. A Mercado&Consumo é parceira de mídia e fará uma cobertura especial em tempo real do evento, a partir de um estúdio montado na área de exposições.
Andrea Barbosa, diretora de pesquisa da Toluna, explicou que eles consideraram três tipos de públicos para realizar o estudo e comparar o mercado dos dois países: os consumidores de produtos plant-based; os que conhecem, mas não consomem; e as pessoas que nunca ouviram falar deste tipo de produto.
A diretora ainda revelou um dado interessante em que a maioria dos consumidores de produtos plant-based se consideram carnívoros. Dentro desse público, metade se denomina flexiteriano, pessoas que seguem uma dieta em que eventualmente comem carne. Entre as principais motivações citadas para se tornarem flexiterianas, estão a preocupação com a saúde, 65%, e outros 15% pelas preocupações com o meio-ambiente.
A pesquisa também mostra que quando pessoas estão iniciando na categoria ou buscando um novo alimento, ou bebida plant-based, elas são influenciadas por alguns tópicos. “Nós precisamos entregar qualidade e sabor, isso não é um segredo. Mas também com um bom preço”, finaliza Andrea.
Acerca do mercado brasileiro, Ron Ruffinot, head de pesquisa Américas da Toluna, pontua que é um mercado em estado inicial e que ainda tem espaço para crescimento e oportunidade. “Aqui, a grande maioria dos consumidores é novata e dizem ter entrado na categoria de plant-based nos últimos 12 meses”, complementa.
Mesmo com um mercado em estágio inicial, ainda sim existem elementos que motivam o brasileiro a consumir alimentos plant-based, sendo a busca por produtos que impacta a saúde o principal. Logo em seguida são citados pelos entrevistados o querer explorar, e em terceiro lugar a mudança de lifestyle. “Nos últimos dois anos o mercado brasileiro cresceu, e a previsão para os próximos dois anos é que siga crescendo”, complementou Ruffinot.
Dificuldades e insights
Entre os motivos citados pelos entrevistados para não consumirem tão frequentemente, 57% acreditam que os produtos são caros, e outros 29% citam a dificuldade de encontrar.
“Consumidores nesta categoria estão procurando honestidade e transparência. Isso quer dizer que eles querem saber exatamente o que estão comendo”, destaca Ruffinot. Para o executivo, está é uma questão fundamental, ainda mais em um mercado com potencial de crescimento como o brasileiro.
Ele ressaltou a necessidade de deixar detalhado e explicito os nutrientes, os ingredientes e as certificações de determinado alimento. Além disso, o head também reforçou ser necessário que as marcas eduquem o consumidor a entender a categoria e que o produto é para qualquer um e diário. Ao mesmo tempo, ele explica que as empresas precisam também se fazer mais presentes nos supermercados e nas prateleiras, saindo de espaços nichados.
Imagem: Marcelo Audinino