A cesta básica apresentou variação percentual positiva de preços no mês de janeiro de 2024 em relação ao mês anterior em sete das oito capitais brasileiras avaliadas. O levantamento, feito pela plataforma Cesta de Consumo Horus & FGV Ibre, analisou o preço de18 produtos alimentares em Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
A alta dos custos dos produtos básicos está relacionada às ondas de calor e fortes chuvas ocorridas em boa parte do País no fim de 2023. Esses fatores culminaram com a elevação dos custos da produção agrícola.
A cidade do Rio de Janeiro, ainda que tenha sido a única capital a verificar variação negativa no preço médio da cesta básica na atual pesquisa, figura na liderança com a cesta básica mais cara entre as oito capitais analisadas: R$ 945,51 ante R$ 946 em dezembro.
Mas a maior variação percentual ficou com Brasília, que registrou aumento médio de 7% de um mês para outro. No distrito federal, o valor médio da cesta básica passou de R$ 715,50 para R$ 765,49.
Em contrapartida, Belo Horizonte e Manaus registraram os menores preços médios, R$ 661,30 e R$ 679,39 respectivamente. A cidade de Salvador merece destaque, uma vez que a variação de 6,2% para janeiro de 2024 fez com que a capital tenha perdido espaço para Curitiba como a terceira cesta mais barata.
Dos 18 produtos atribuídos à cesta básica, o grupo compreendido por legumes apresentou aceleração de dois dígitos, em média, em todas as capitais compreendidas pela pesquisa. Com relação às frutas, Fortaleza destoou das demais capitais, mediante o avanço médio de 29,1% nos preços. Já os produtos como óleo de soja, feijão e arroz, apresentaram, em média, uma escalada de preços mais comportada nas oito capitais analisadas, quando comparado com o grupo dos legumes.
Cabe destacar que o arroz, há cinco meses consecutivos, tem apresentado tendência de elevação nos preços médios, influenciado por intercorrências do fenômeno do El Niño sobre a nova safra. O clima desfavorável também tem afetado outras áreas produtoras, responsáveis pelo cultivo de frutas, legumes e verduras.
Em que pese o cenário de avanço no preço médio da cesta básica verificado no mês de janeiro de 2024, o preço do ovo de galinha, em média, apresentou recuo em sete das oito capitais cobertas pela pesquisa. Reação similar foi percebida nos preços médios da margarina, pão, café em pó e em grãos e açúcar.
A considerar os últimos seis meses, verificou-se que o custo médio da cesta básica apresentou incremento entre o mínimo de 3,2%, registrado em Curitiba e o máximo de 13% registrado no Rio de Janeiro.
Tendo ainda como base os últimos seis meses, os alimentos que demonstraram maior sensibilidade em termos de variação nos seus preços médios por capital foram legumes e frutas em quase todas as capitais. Mas, em Manaus, a alta de preços foi puxada por frutas (16,9%) e pelo preço do arroz (9,5%).
Cesta de consumo ampliada
Quanto à cesta de consumo ampliada, que abrange o grupo de bebidas em geral, produtos de higiene, itens de limpeza, bem como os gêneros alimentícios, foi constatada, nessa pesquisa, aceleração no seu preço médio, em seis das oito capitais analisadas.
Percebe-se, assim, que o comportamento da cesta de consumo ampliada seguiu a mesma tendência da cesta básica, com avanço nos preços médios em boa parte das capitais pesquisadas, impactando diversos outros produtos consumidos pela população.
Dos 33 elementos da cesta de consumo ampliada, o grupo das verduras, sucos, desodorantes, batata congelada e creme de leite, tiveram tendência de alta. A categoria de verduras teve a maior alta observada em Manaus (8,8%), seguida pelo creme de leite com a maior elevação de preços sentida também na capital amazonense empatada com o Rio de Janeiro em 2,4%.
Sendo assim, para o mês de janeiro de 2024, a plataforma Cesta de Consumo Horus & FGV Ibre supõe que o custo médio de aquisição da cesta básica, a considerar as cidades analisadas, tem sido influenciado por fatores decorrentes da sazonalidade climática.
Mesmo que a natureza interfira na safra, a consequência recai sobre a mesa do consumidor final, especialmente, os mais vulneráveis em termos de renda mensal, que geralmente, tendem a gastar a maior parte de seu orçamento doméstico com alimentação.