Um fenômeno cada vez mais visto em lojas físicas, reflexo de uma busca por diferenciação e impulsionado pelo crescimento do e-commerce, os modelos multifuncionais ganham adeptos nos mais diferentes segmentos. Como é o caso da Aro 27. Fábio Simore, empreendedor por trás do bike café, contou um pouco da sua experiência na última edição do Redesign e também para a Revista Mercado & Consumo.
Depois de uma temporada na Europa, Fábio Samori teve a ideia de incentivar o ciclismo urbano, como meio de transporte. Ciclista desde 2001, duas coisas o incomodavam sempre que pensava em deixar o carro na garagem e usar a sua bicicleta para ir ao trabalho: um local seguro que pudesse deixar a bike estacionada, e chegar ao destino e precisar tomar um “banho de pia”, já que geralmente não há vestiários com duchas disponíveis nos locais de trabalho.
Assim, o conceito de Bike Café do Aro 27 começou a tomar forma. Mas outros ingredientes entraram na história. O park’n’shower, um serviço inteligente, feito sob medida, que oferece um estacionamento segurado e monitorado, com capacidade de 40 vagas para bicicletas de todos os tipos, e, ao lado do estacionamento, dois vestiários (um masculino e outro feminino) abastecidos com toalhas limpas e macias, duchas aquecidas pela luz solar e, secundariamente, energia à gás ou elétrica – e sabonete cremoso individual. Para complementar, armários, secadores e chapinha também são disponibilizados aos usuários.
“O primeiro banho é grátis, um test drive para que o cliente possa conhecer nosso serviço. Depois, oferecemos pacotes de 5, 10 ou 22 vezes por mês, com planos que variam de mensal a anual”, explica Fábio. O cliente passa a ganhar vantagens, como reparos na bike, ao aderir aos planos maiores. Já são 30 associados por mês, que ele faz questão de tratar a todos com tom de amizade. Mas o que traz maior rendimento para a Aro 27 é o café.“Do meio dia às três da tarde o movimento é intenso aqui, de segunda a sexta”, conta o empresário.
Aos domingos, o foco é a oficina, o outro serviço oferecido pela Aro 27. “85 a 95% da clientela vem em busca de serviços e acessórios”, revela Samori, que já planeja a expansão da marca. O primeiro passo é o lançamento do e-commerce, que já está em fase de implementação e deve começar a operar em Julho, quando a Aro 27 completa um ano. “Pretendemos expandir o conceito de ciclismo urbano para outras regiões, como o Norte e o Nordeste”, destaca Samori. Em seguida, a ideia é replicar o negócio por meio de franquias.
“Já fui um franqueado e sei das necessidades e desejos que o empreendedor tem, que na minha época, não foram supridos pela franqueadora. Acredito que a Aro 27 tem potencialidade para ser replicada em outros pontos”, avalia o empresário, que acredita em um relacionamento de parceria, de “crescer junto” com o franqueado para que o negócio prospere. Para ele, não adianta criar um negócio que não agregue valor. “Precisa gerar um interesse e precisa buscar alguma coisa que nos dê prazer, por que você gasta uma quantidade enorme de tempo e energia no início, para empreender, e precisa ter alinhamento pessoal com esses ideais”, ensina. Ao que tudo indica, ele está no caminho certo.
Do investimento inicial de R$ 300 mil para montar a loja, que contou com um sócio-investidor, em menos de nove meses ele quitou a dívida e assumiu novamente o negócio, que tem faturamento mensal de R$ 50 mil e mantém uma equipe de oito pessoas – quase todos ciclistas.
Fonte: Revista Mercado & Consumo.