O encaminhamento da reforma da Previdência é um sinal positivo. Mas apenas isso. E foi em boa parte resultado de um processo de conscientização e mobilização que envolveu muitos segmentos de atividades no País.
O Congresso soube perceber e interpretar corretamente esse sentimento amplo de todos aqueles que querem o melhor para o Brasil e que não se limitam à mesquinhez de seus próprios interesses.
Mas é preciso muito mais.
Infelizmente a distância que nos separa do mundo desenvolvido tem se ampliado por conta de problemas estruturais gerados por anos de miopia, nos obrigando a competir em evidente desigualdade de condições.
Na questão tributária, na carga burocrática, no estatismo exacerbado, na intervenção do Estado em setores onde jamais será competitivo, ainda na própria esfera trabalhista e muitos outros setores mais.
Enquanto isso, vinte milhões de brasileiros estão desempregados ou subempregados, a educação continua sendo um ponto crítico, a segurança inspira muitas preocupações, cresce o número de talentos que deixam o País, a economia evolui em números pífios, para não dizer ridículos, o investimento está contido, o consumidor cauteloso e o resultado é o tempo passando e o País perdendo oportunidades.
Temos que olhar para fora do Brasil e nos inspirarmos pelo que poderia ser melhor e nos afastarmos da timidez do um pouco melhor. Temos que pensar grande nos inspirando pelo que pode ser muito melhor e mais rápido.
Inspirar-nos pelos países que promoveram uma transformação radical em poucos anos, como China, Coréia do Sul, o próprio Chile, Israel e outros mais que, no mais das vezes, com muito menos recursos naturais, promoveram uma verdadeira revolução pela transformação na Educação, na redução do papel do Estado, no estímulo ao empreendedorismo, na simplificação e desburocratização, na formalização e criaram condições para melhoria do emprego, da renda e da confiança.
Temos uma oportunidade única agora de nos estimularmos pelo que está sendo conseguido na Previdência, mas não podemos nem nos dispersar e nem baixarmos o nível de expectativa e compromisso com o futuro.
O Brasil tem que ter pressa e aproveitar a mobilização criada para avançarmos mais e mais rápido. As novas e futuras gerações vão nos cobrar o que fizermos neste momento.
Não podemos nos dispersar. Ainda é apenas a primeira batalha. E a mais óbvia. Serviu muito para nos testarmos. Muito mais precisa ser feito.
* Imagem reprodução