Em uma pesquisa rápida na internet, encontramos uma infinidade de conteúdos sobre o que é ser líder: alta performance, resultados e prestígio. Alguns dizem que sua equipe não tem opção senão receber suas ordens, enquanto outros afirmam que você deve ser “da galera”. Vendem fórmulas mágicas, elencam os pilares da liderança e resumem pessoas a bullet points projetados em um telão de Led.
Você paga uma fortuna em cursos, permanece sentado por 8 horas em uma cadeira dura e o ar-condicionado da sala o deixa ligeiramente desconfortável. Mas lhe disseram que aquele é o melhor curso; por isso, você continua olhando para um slide, ouvindo tudo aquilo que parece óbvio e, posso confirmar, realmente é.
Você sai de lá com um caderninho cheio de anotações e desenhos que fez para não cair no sono. Pronto, você é um novo líder. Pouco (ou nada) do treinamento você consegue colocar em prática. A vida real é muito diferente daquela sala gelada demais. Em poucos dias, tudo volta a ser como antes: os mesmos problemas e os mesmos resultados. E você percebe que o problema de sua equipe pode ser você.
Tudo o que lhe disseram durante aquelas longas horas de treinamento não ajuda a enfrentar o maior desafio do mundo corporativo: o desenvolvimento de pessoas. Uma boa liderança é aquela que coloca as pessoas no centro de tudo, que olha para o desenvolvimento de cada liderado, estendendo a mão, em vez de apontar o dedo.
E o ponto mais importante: você deve ser o líder que serve à sua equipe, sempre à disposição para fazer daquele colaborador o seu sucessor, o próximo líder que mudará a vida profissional de várias outras pessoas.
Tudo isso acontecerá quando você se olhar, identificando suas falhas para não projetá-las em seus liderados. No fim, o que vai levar a sua equipe para o sucesso é a constante luta pelo desenvolvimento, o seu e o dos seus liderados.
Rodrigo Maia dos Santos é CEO da Gonow1.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
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