Ter dezenas de opções na prateleira na hora da compra não está no foco do consumidor do futuro – e, por futuro, entenda-se 2022. Pelo contrário: esse consumidor quer mais praticidade e simplicidade na hora da compra, além de possibilidade de provar o produto virtualmente e muita rapidez na entrega.
Essas são algumas das dicas dadas por Andrea Bell, diretora de Consumer Insights e diretora-executiva para as Américas da empresa de previsão de tendências WGSN. Ela participou do terceiro dia do Global Retail Show 2020.
Muitas das tendências que a própria WGSN previu para dezembro foram aceleradas, segundo Andrea, por causa da Covid-19 e das restrições de funcionamento do comércio no mundo todo. Até por isso, já é possível ter uma ideia de como o consumidor vai sair dessa pandemia.
Entrega em 24 horas
Uma das questões que passaram a ter importância crucial para o consumidor é o tempo. O varejo, afirma ela, precisa se dedicar a soluções para última milha, o momento que as mercadorias saem de um centro de distribuição para seguir até o destino final.
“As pessoas querem comprar um produto e recebê-lo em casa em 24 horas”, diz. A rede americana 7-Eleven, por exemplo, já está testando, nos Estados Unidos um modelo que vai além: o cliente faz a compra e recebe o produto em, no máximo, 30 minutos, onde quer que esteja localizado.
“Simplicidade importa”
A diretora da WGSN afirma, ainda, que a pandemia deixou as pessoas muito preocupadas com a própria saúde, e deu destaque a produtos que medem a quantidade de horas de sono e de calorias gastas no dia. Mas o consumidor de 2022 terá outra mentalidade: cansado, ele vai enxergar melhor e aceitar a própria realidade e continuar em frente da forma que for possível.
Quem quiser conquistar esse novo consumidor terá, também, de apostar na simplicidade, afirma Andrea Bell. “Estamos exaustos de ter de tomar decisões. Se você procurar um vestido preto na internet, bilhões de resultados vão aparecer. O consumidor vai passar a selecionar os produtos de acordo com a facilidade da escolha. A simplicidade importa.”
Para ela, os clientes gostaram da experiência de visitar lojas mais vazias e arrumadas. “O varejista precisa manter um ambiente mais ‘limpo’ para a compra, inclusive online. Muitas pessoas compram pelo celular e não querem ter de passar por uma tela gigantesca para encontrar o que procuram. Eles querem ter menos opções e fazer escolhas mais rápidas.”
Prova remota
Outra tendência é a prova de produtos remotamente, via realidade aumentada, por exemplo. As pessoas vão querer ter a possibilidade de fazer o teste de casa, a qualquer momento do dia, como depois de colocarem os filhos para dormir.
A preocupação com as questões ambientais, mostradas por pesquisas da WGSN desde 2015, também permanecem fortes. Na pandemia, houve um cuidado especial com o descarte correto as máscaras de proteção, e isso deve se refletir para outros produtos nos próximos anos.
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