Vamos começar o nosso artigo de hoje explicando a diferença entre ser uma empresa voltada para Data Driven e utilizar Data Science. Data Driven é uma metodologia orientada a dados; ser uma empresa Data Driven significa dizer que se utilizam algoritmos para fazer análises precisas que geram respostas estratégicas para a organização. E Data Science? São os procedimentos de captura da informação que a transformam em dados analisáveis, possibilitando, assim, que esta análise dos dados gere valor de forma preditiva.
A jornada da transformação digital começa por ser uma empresa Data Driven e utilizar Data Science? Na verdade, tudo começa pela transformação digital. A popularização da transformação digital fez crescer a visibilidade e a urgência de sua aplicação nas empresas, mas trouxe algumas premissas erradas, como por exemplo a crença de que tudo se resume à adoção de tecnologias digitais.
O primeiro passo de uma transformação digital começa na mudança de mindset. Precisamos mudar a cultura da empresa de forma transparente, inserindo o nosso principal agente da mudança, que são as pessoas.
O segundo passo está totalmente ligado às nossas pessoas. Elas precisam estar engajadas nessa jornada e validar todos os passos que serão dados rumo a um novo modelo de negócio repleto de oportunidades e desafios. Toda mudança efetiva precisa ser aprovada e vivida por todos. Nessa etapa, os líderes serão a alma da jornada. Precisamos de líderes inspiradores que oportunizem espaço para as pessoas exporem as suas ideias com liberdade e vontade, pois serão estas participações que trarão as grandes pérolas para a nossa jornada. Ninguém conhece melhor o nosso negócio do que as pessoas que o pilotam diariamente.
O terceiro passo envolve os processos. É preciso deixar de lado os processos burocráticos, engessados e robotizados que inibem a criatividade e a capacidade de enxergar com outros olhos. Nesse patamar confortável aonde tudo é conhecido, não teremos êxito na nossa jornada. Os processos precisam ganhar agilidade, automação e inovação.
No quarto passo, chegamos à etapa da tecnologia. Como dissemos algumas linhas acima, não é por ela que começamos a jornada, mas é ela que vai impulsionar os processos e fazer acontecer tudo o que planejamos com a mudança do mindset, com o engajamento das pessoas e com a forma de gerir processos. Podemos citar algumas tecnologias para automatização dos processos:
- Inteligência Artificial e Machine Learning;
- Big Data e Data Science;
- Internet das Coisas (IoT);
- Impressão 3D.
Enfim, chegamos no quinto passo da nossa jornada, que é o Data Science. Agora já temos um novo mindset, temos pessoas engajadas, temos processos mais ágeis, temos tecnologias digitais que farão acontecer a nossa transformação e precisamos capturar, analisar e gerar dados que sejam relevantes para o negócio.
Um exemplo que ilustra a relevância dos dados que são gerados e analisados é o da Unilever. Em 2018, o CEO da Unilever, Alan Jope, colocou a transformação digital no core da estratégia da empresa e começou a fortalecer a cultura digital. Investiu em automação, análise de dados e em Inteligência Artificial e hoje consegue fazer previsões de tendências de forma ágil para encontrar novas formas de se conectar com os seus consumidores.
Só conseguiremos avaliar se as nossas iniciativas de transformação digital estão trazendo bons resultados se acompanharmos as métricas relevantes para o negócio. Temos muitos exemplos como o da Unilever que hoje estão surfando os bons resultados e fazendo previsões de tendências de forma ágil, ficando léguas à frente dos seus concorrentes, que seguem dando cabeçadas usando a tecnologia do “achismo”.
O nosso convidado deste artigo é o Alexandre Rodrigues, head de produtos e serviços e especialista em Data Science da Benkyou. Estudioso dessa ferramenta que vem revolucionando a forma de gerir os negócios, Alexandre nos presenteia com a sua vivência e conhecimento da análise dos dados em plataformas de treinamento gamificadas e os grandes benefícios que elas estão trazendo ao colocar inteligência na capacitação.
“Cumpre ressaltar que a evolução dos métodos de coleta e análise de dados só é possível ante a transformação digital pela qual as empresas vêm passando, uma clara jornada de mudanças que visa garantir que os dados sejam analisados de forma completa, utilizando-se do maior número de recursos possível.
Pode-se citar, como exemplo de análise amplificada de dados, a utilização de plataformas de treinamento gamificadas, que buscam ofertar aos seus usuários cursos ou treinamentos em alguma área específica da empresa, utilizando-se de regressões de dados para analisar o comportamento dos usuários e sugerir outros treinamentos aos novos usuários.
Nesse caso, com a análise dos cursos e a ordem em que os usuários consumiram cada um deles, o sistema pode prever o que faz mais sentido para um novo usuário e, assim, sugerir um próximo treinamento para ele. Isso faz com que os usuários se mantenham engajados durante todo o treinamento de forma prática e, assim, as empresas conseguem manter seus colaboradores devidamente treinados e prontos para realizar seus trabalhos com maior eficiência e qualidade.
Para os administradores das plataformas, o próprio painel de engajamento dos usuários é mais um exemplo de utilização de ciência de dados. Pode ser feita uma análise comportamental dos usuários, dividindo-os em grupos baseados no seu comportamento dentro da plataforma.
Desta forma, o papel do cientista de dados nesses casos é fundamental, pois é ele o responsável por definir qual a técnica a ser utilizada em cada uma das situações, apresentando as análises de forma clara. Significa dizer que seu trabalho vai além das análises estatísticas, pois, muito embora a análise seja acertada, é fundamental que a entrega do estudo vá ao encontro do objetivo do contratante, atentando, assim, ao que fora requerido.”
Alexandre Rodrigues, head de produtos e serviços e especialista em Data Science da Benkyou
O uso de dados é muito mais que uma tendência passageira, é a nova forma de gerir uma empresa. O que se espera hoje é que as empresas migrem definitivamente do campo do achismo e assumam uma mentalidade Data Driven baseada em Data Science.
Como está a sua empresa nesse processo evolutivo? Sigo com vocês nessa caminhada. Até o próximo episódio!
Nota: Confira os episódios 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 desta série clicando em “Transformação digital é moda ou veio para ficar?”, “Você já quebrou silos hoje?”, “Transformação digital e ESG: juntos ou separados?”, “Você viu a gamificação por aí?”, “É comigo? Sim, RH, essa jornada é com você!”, Você sabe quem é o motor de arranque da transformação digital? e Pizza de transformação digital saindo do forno! Você já pediu a sua?
Patricia B. Bordignon Rodrigues é Diretora de Marketing e Canais Benkyou
Imagem: Envato