O Pix, sistema de pagamentos instantâneos capitaneado pelo Banco Central (BC), lançado em novembro do ano passado, atingiu 253,5 milhões de chaves em 31 de maio, com 87,6 milhões de cadastros feitos por pessoas físicas e 5,8 milhões por empresas. Segundo a projeção do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil tem aproximadamente 213 milhões de pessoas. Analisar esses números parece um pouco surreal, pois mostra a força que o sistema de pagamentos instantâneo ganhou em tão pouco tempo, ultrapassando inclusive a população do nosso País.
Os dados do Banco Central apontam também que o Pix não veio apenas para ser mais uma ferramenta de pagamento: de novembro de 2020 a maio deste ano, foram realizados 2 bilhões de transações que movimentaram R$1,4 trilhão. Outro dado relevante trazido pelo relatório do BC é que o Pix ganha cada vez mais força no comércio. Em novembro de 2020, 87% das transações eram feitas entre pessoas (P2P) e 5% eram de pessoas para empresas (P2B). Agora, 75% são de P2P e 12% são de P2B.
O crescente interesse das empresas em aderir a sistemas de pagamento instantâneos não é uma mera casualidade. Percebendo esse cenário promissor, outra empresa que adentrou nessa disputa investindo em um sistema de pagamento foi o Facebook. Implementado nos Estados Unidos em 2019 e na Índia desde o ano passado, com mais de 400 milhões de usuários, o WhatsApp Pay foi lançado em maio deste ano no Brasil.
Essas novas ferramentas de pagamento, munidas do crescimento do comércio eletrônico e da necessidade de se ter serviços, ferramentas e funcionalidades cada vez mais presentes, trazem um cenário promissor, mas também desafiador para empresas que buscam se bancarizar.
Esse novo cenário tem permitido a empresas de diferentes formatos e tamanhos oferecerem serviços financeiros. Basta contratar uma empresa que desenvolva a tecnologia necessária para a oferta de serviços financeiros, tendo apenas o trabalho de inserir sua marca nos materiais, como cartões e apps. Empresas de TI têm desenvolvido soluções customizadas para atender às empresas que desejam oferecer serviços financeiros para seus clientes.
Essas soluções são desenvolvidas por um modelo de negócio chamado white label, que nada mais é do que uma plataforma que permite a uma empresa comprar uma solução tecnológica pronta de uma organização, sem precisar investir esforços nesse desenvolvimento. Essa solução pode ser tanto neste formato padrão, ofertado pelas empresas de TI, quanto customizada à necessidade e à realidade da empresa.
Dentro desse cenário, as empresas podem oferecer serviços como cadastro e proposta, pagamentos via Pix, gestão de documentos e atendimento e até conta digital, via web e/ou app.
Disponibilizar soluções financeiras nesse novo mundo impulsionado pelas transformações digitais pode ser a diferença para muitos negócios prosperarem ou não.
João Moressi Jr. é CEO da Opah IT, empresa especializada no desenvolvimento de soluções customizadas de TI.
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