Para quem trabalha com consultoria é comum que, no final do ano, as pessoas costumem perguntar sobre o que esperamos do ano seguinte. Geralmente é possível trazer algumas tendências e ideias sobre o próximo ano, mas no caso de 2022 essa pergunta não tem resposta fácil.
Observando o cenário, vemos no varejo alguma instabilidade por conta do cenário econômico e político – alta inflação, juros altos e desemprego – mas em retomada. Como um dos fatores principais para a tão esperada retomada é necessário que o consumidor recupere sua confiança e volte a consumir sem tanta preocupação com o futuro e cautela. E isso vai ser conquistado aos poucos conforme (e se) a economia se estabilizar.
No mercado de franquias, as redes retomaram seus planos expansionistas e, após um período de oportunidades em negociação com fornecedores e vacância, já estamos vivendo um período de baixa oferta em real estate.
Também acredito em uma continuidade do movimento que vimos em 2021 com marcas se unindo em fusões e aquisições para conquistar novos espaços e mercados. A associação entre empresas que têm sinergia entre seus negócios deve crescer. Inclusive aqui no Grupo Bittencourt estamos cada vez mais buscando esse caminho. Em 2021 nos associamos ao Grupo YOUR para o nosso ingresso no mercado Europeu e também investimos na StreamShop, startup de live commerce. Estamos ansiosos para os próximos movimentos que estamos planejando.
Outro tema que vai estar na agenda das empresas são as questões que envolvem o compromisso social, os cuidados com o meio ambiente, e a necessidade de governança entre as empresas – o tão falado ESG e, dessa vez, não apenas como algo a ser feito no futuro, mas como missões para o “agora”.
Como continuidade ao movimento de 2021, continuamos apostando nas marcas criando novos modelos de negócios para atender a diferentes públicos, desenvolvendo novos conceitos alinhados com a expectativa do consumidor e antecipando demandas que ainda não estão sendo endereçadas no varejo tradicional.
Para os gestores das empresas, os desafios continuam a serem grandes. Montar uma nova operação em tempos de alta nos preços dos insumos e até mesmo com falta de fornecedores adiciona uma dose extra na necessidade de se conter custos e segurar as margens para poder continuar crescendo. E isso passa em grande parte por otimizar processos e inserir tecnologia nos negócios e ter uma equipe preparada. Uma tríade poderosa e necessária para quem quiser se manter relevante.
Essas são algumas das minhas apostas para 2022. Mesmo sabendo que o cenário pode mudar a qualquer tempo, eu acredito que teremos um ano melhor e com boas e novas perspectivas tanto para os cidadãos quanto para as empresas.
Lyana Bittencourt é CEO do Grupo Bittencourt.
Imagem: Shutterstock