A inflação da cesta de Natal deste ano alcançou 7,70%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O aumento, que afeta 15 itens tradicionais da época, está bem acima da média da inflação acumulada no período, de 4,33%, e reforça os desafios enfrentados pelas famílias brasileiras para celebrar as festas de fim de ano.
Entre os produtos analisados, o lombo de porco com osso liderou as altas, registrando um aumento de 25,98%. O azeite de oliva também chamou atenção, com inflação acumulada de 21,47%. Além disso, as frutas típicas da estação sofreram reajustes consideráveis: a uva subiu quase 20%, enquanto o pêssego apresentou alta de 19%.
“As carnes, de maneira geral, subiram muito e isso foi o que mais pesou. As frutas também tiveram aumento expressivo, em especial uva (com quase 20%) e pêssego (com 19%)”, afirma Guilherme Moreira, coordenador do IPC-Fipe.
Câmbio e clima influenciam os preços
Moreira explicou que os fatores climáticos e econômicos desempenharam papel crucial no aumento dos preços. A seca de setembro e as ondas de calor no final de 2023 impactaram diretamente a produção agrícola, enquanto a desvalorização cambial de cerca de 25% no ano encareceu tanto os produtos importados quanto os custos de produção nacionais.
“O câmbio influencia não só os alimentos importados, mas também o custo de produção no Brasil. Esse efeito combinado tem pressionado os preços de forma significativa”, explica o economista.
Produtos sazonais também sofrem aumentos
Além dos itens tradicionais da cesta de Natal, o estudo da Fipe analisou produtos com consumo ampliado nesta época do ano. Um exemplo citado foi a picanha, presença frequente em churrascos e comemorações, apesar de não integrar a cesta tradicional.
“Na cesta de Natal estão produtos típicos das cestas prontas, enquanto nos itens de Natal consideramos aqueles que, apesar de não serem típicos, têm consumo ampliado nesta época. Um exemplo é a picanha, que, mesmo fora da cesta tradicional, está presente em churrascos e comemorações”, explica.
Imagem: Agência Brasil