O processo é inevitável e resultado do aumento exponencial da competitividade no mercado global.
E cresce de importância nas estratégias das empresas o processo de desintermediação com a redução do número de agentes no processo de distribuição de produtos e serviços. Apple, Samsung, Ralph Lauren, Nike, Aldo, Imbev, Nespresso, P&G e Sherwin-Williams estão entre aquelas empresas globais que se tornaram exemplos e geram benchmarking nesse processo.
No caso da Sherwin-Williams, uma das maiores fabricantes globais de tintas e revestimentos, com sua rede de perto de cinco mil lojas que vendem produtos e serviços, já aparece em 123º lugar na lista das 250 maiores redes de varejo globais em estudo recém apresentado pela Deloitte.
A Nespresso se tornou ícone na transformação do mercado global de cafés, com seu modelo integrado de negócio com lojas-conceito e distribuição direta via e-commerce, que é responsável por mais de 50% da revenda de cápsulas e, isoladamente, representa perto de 6% da Nestlé, um dos maiores conglomerados do setor de alimentação.
Na busca da melhoria da rentabilidade e, ao mesmo tempo, de maior proximidade com o volátil e volúvel omniconsumidor, essas corporações criaram alternativas para chegarem direto ao consumidor final, redesenhando suas estratégias de negócios e distribuição.
E não lembramos nenhum caso onde tenha havido recuo depois de implantada essa estratégia.
A volatilidade e velocidade inerentes ao atual cenário de negócios, que só tendem a aumentar, são duas das razões pelas quais marcas, fornecedores e provedores de serviços querem estar mas próximas do omniconsumidor em múltiplos canais de vendas e relacionamento, para se conectarem e poderem identificar comportamentos e usar essas informações em caráter preditivo.
Desta forma equilibrando a vantagem estratégica que varejistas possuem dessa conexão direta e conhecimento em tempo real do comportamento dos omniconsumidores.
Esse é um movimento global que só tende a crescer e destacamos isso no conjunto de Tendências de Mercado 2025 que foi apresentado nos Retail Trends, o melhor da Pós NRF, realizados em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Esse movimento em parte também ocorre porque o varejo global, em todas as categorias, canais, geografias e formatos tenderá, cada vez mais, a ampliar a participação das marcas próprias em seu mix de oferta como forma de melhorar sua rentabilidade. Toda ação gera reação.
Podemos identificar movimentos claros no mercado global e local para ampliar a distribuição direta em categorias como alimentos, bebidas, moda, calçados, especialmente os esportivos, vestuário, cosméticos, higiene e beleza, eletrônicos, móveis, em particular os projetados, colchões e mais recentemente, material de construção e medicamentos.
E a expansão futura, com o aumento da participação de mais marcas com distribuição direta, passa pelo aumento dos que adotarão essa estratégia e pelo aumento das marcas e canais dos que já estão atuando nesse mercado.
O que não deve ser minimizado é que no cenário futuro as empresas de varejo, com o aumento de participação de suas marcas próprias, estarão cada vez mais disputando a preferência dos omniconsumidores com as redes e canais dos próprios fornecedores. Tudo junto e misturado.
Nota: No final deste mês todos os participantes do ciclo Retail Trends – O melhor do Pós NRF 2019, incluindo as previsões Varejo 2025, receberão link para acesso ao E-Insigths – Visões e Perspectivas, com todo o material apresentado nessa programação.
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