Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), apenas em abril deste ano, já em meio à pandemia, o avanço do e-commerce foi de 47% em relação a março; quando comparamos este dado com um relatório da Webshoopers referente à 2019, podemos perceber o salto, já que as vendas online cresceram em todo o ano de 2019 apenas 16% na comparação com o ano anterior. Além disso, um levantamento divulgado ainda em maio, feito também pela ABComm, mostrou que o Brasil abriu mais de uma loja virtual por minuto desde o início do isolamento social, em março. Em pouco mais de dois meses, foram 107 mil novos estabelecimentos criados na internet.
O avanço da digitalização, a mudança social e econômica mundial, a inserção de novos hábitos e novas análises dentro da nossa atual realidade, é algo que acompanhamos em tempo real, porém na última semana me deparei com um artigo no Linkedin que falava sobre o elefante na sala; como a mudança na digitalização, nos relacionamentos entre empresas e clientes, processos de uma forma geral vêm sendo impulsionados continuamente por um elefante na sala, isso me causou reflexões.
Rodrigo Bandeira, vice-presidente da ABComm, relatou que o e-commerce está “observando desempenho semelhante à Black Friday todos os dias há meses” e mencionou ainda que hoje o que estamos vendo é um ingresso forçado das empresas nesse setor, como um forma de sobrevivência. Com essa fala, me volto ao artigo do colega mencionado no início desse texto, quantas mudanças são impulsionadas apenas por um elefante na sala? Quanto o conformismo em tempos calmos nos prejudica para planejamentos futuros? Mas para além de refletir sobre o atraso da nossa digitalização, a grande questão é: qual o próximo passo?
Consumidores e empresas estão ansiosos pela volta de uma rotina mais normal no limite permitido para a segurança de todos. Lojas físicas que começaram sua reabertura já sinalizam uma recuperação, um passo que será retomado de forma lenta à medida em que todos se sintam mais confortáveis com as rotinas diárias. Mas e então, volto a questionar qual o próximo passo? O comportamento empresarial não pode voltar a se acomodar, é preciso buscar aprimoramentos constante, com foco, no que já é uma frase comum, mas sim, com foco no cliente, na geração de valor, em soluções. Como nos tornar ainda mais próximos, levar inovações e ainda construir um relacionamento com cada cliente e usuário? Será necessário o próximo elefante?
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