Atualmente na cabeça de qualquer varejista brasileiro deve pairar inúmeras dúvidas a respeito de como será a situação do país e da economia nos próximos 3 meses. Repito 3 meses. Sim, pois temos uma eleição presidencial totalmente indefinida, onde uma miscelânea de candidatos das mais diversas posições ideológicas que se digladiam para formar composições e alianças que podem resultar em verdadeiras bizarrices políticas, haja a heterogeneidade que se prenuncia. Diante disto, como saber como será a condução da economia e seus rumos depois das eleições? A independência do Banco Central poderá estar ameaçada? O controle dos preços dos combustíveis. Aprovações das reformas. As privatizações ou a volta das estatizações. Cada um destes elementos por si só pode mexer significativamente nos rumos da economia e gerar crescimento ou a volta da recessão.
O ímpeto de crescimento e do otimismo do 1º semestre já não é mais o mesmo. Depois da greve dos caminhoneiros, do aumento da cotação do dólar, dos jogos da Copa do Mundo, o consumidor também tem assumido uma postura maior de cautela. Ele está assustado com a possibilidade de dias piores, da diminuição do poder de compra, do aumento da inflação e do fantasma do desemprego. A FGV apontou que o indicador de confiança do consumidor sofreu queda de 4,8 pontos em junho, na comparação com maio de 2018, passando de 86,9 para 82,1 pontos, mesmo patamar de junho de 2017.
E aí? Como ficam as expansões varejistas? “Devemos abrir mais lojas ou esperar ver o que vai acontecer após a eleição do novo presidente?”, perguntam os empresários do setor.
Bom, há duas vertentes. Para quem vê o copo meio cheio, o Brasil é maior que a crise, que os governos, e que o próximo presidente e tudo o que ele pode vir a fazer. Afinal somos a 7ª maior economia do mundo e o nosso mercado doméstico é o equivalente a soma de quase todas as demais economias da América do Sul juntas. Existem boas oportunidades imobiliárias ainda. É o momento de continuar a crescer. Nesta categoria, entram principalmente varejistas que tiveram um bom desempenho no 1º semestre e que ofereçam produtos e serviços competitivos, adequados à atual realidade econômica das famílias brasileiras.
Para quem enxerga o copo meio vazio, talvez seja o momento de parar tudo ou reduzir drasticamente a velocidade de expansão e começar a fazer ajustes na operação, no sentido de racionalizar custos e aumentar as margens, afinal dias piores poderão vir. Nesta categoria, entram os varejistas que não estão tendo bom desempenho nos últimos anos e que veem seu mercado instável, sem perspectivas ou mesmo diminuindo. Neste caso, a recomendação que se dá é que aproveite este momento para rever totalmente o seu modelo de negócios, acompanhar os passos da concorrência bem de perto, e se questionar se está sendo competitivo, atualizado e antenado na realidade do omniconsumidor, oferecendo produtos e serviços adaptados para um cliente que está sofrendo profundas transformações nos seus hábitos de compra e de consumo, alterando a jornada de compras.
E aí, qual das duas é a sua realidade?
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