No cenário internacional, a The Economist, dessa semana, com o título “A próxima recessão: Quão ruim será?” fala sobre a nova desordem ou “confusão” no mundo e chama atenção para os possíveis cisnes negros como a Turquia, Itália – que tica como uma bomba relógio, a China e sua própria crise e sobre o espaço que a incerteza abre para o pessimismo. Esse que se alimenta de si mesmo e que pode crescer para algo nunca imaginado.
Highlights como esses são para lembrar que mais uma vez vamos andar na montanha russa, seja no mundo ou na conjuntura política instável brasileira, que se torna apenas mais uma na lista das dezenas de dificuldades que enfrentamos.
Com todo esse cenário, estaríamos enxergando as nossas próprias responsabilidades, quais rumos deveríamos tomar para nossas empresas, nossas marcas ou deveríamos nos questionar: O que eu estou fazendo para inovar, para continuar crescendo e pensando em uma real experiência do consumidor? Marcas que não se preocupam em arriscar em inovações ou realmente pensar na experiência do consumidor não sobrevivem.
Por anos, alguns mercados foram controlados por determinados “players” que eram responsáveis por suprir e distribuir produtos em categorias na qual o consumidor não tinha escolha. Mas com a velocidade da era digital da informação, esse consumidor começou a enxergar que merecia acesso, transparência, produtos de qualidade e entendeu sua força como cliente criando oportunidade para novas marcas que têm como propósito todos esses requisitos.
Nos Estados Unidos, há cerca de quatro anos, marcas disruptivas começaram a surgir derivadas de inovações em produtos muitas vezes considerados básicos ou focadas na experiência do consumidor. Uma delas foi a Casper, empresa online que vende, graciosamente, o conceito de “dormir, repouso”. Não, ela não vende colchões. Concepção brilhante para um produto tão básico como um colchão. Com essa filosofia enraizada em cada um dos seus funcionários e investimento de alta tecnologia nos e preços acessíveis, a Casper, estrategicamente, fez parceria com marcas como Target, Nordstrom e Amazon, testou lojas pop up em várias localizações e, pensando na experiência do cliente, fez em uma loja piloto em Nova York, um espaço chamado “The Dreamery”.
Pense em uma experiência lúdica com mini casinhas, teto estrelado, espaço sideral, fronhas com carinhas lúdicas, uma cortina para fechar a casinha e manter a privacidade, pijama disponível, bebidas e amenidades e, além de, é claro, poder tirar um belo cochilo. Uma soneca de 45 minutos, pelo custo de U$$25. E, saiba que há fila de espera em determinados horários.
Todas essas experiências fizeram da marca nascida digital e até então, exclusivamente online, abrir sua primeira loja física, em fevereiro desse ano e já ser considerada uma companhia de sucesso, na qual os colaboradores também tem a disposição espaços para a soneca que, segundo o CEO, aumenta a produtividade.
A ambição da Casper não para por aí. Serão 200 lojas ao longo da América do Norte, com o objetivo de que a experiência na loja seja acessível e divertida, e que as pessoas descansem e alcancem o bem estar nos 45 minutos do seu dia.
E, sabe o que mais impressiona? A companhia, está, no mínimo, pensando três anos na frente e se perguntando como continuarão sendo disruptivos e planejando como se manterão líder na categoria.
Enfim, essa é uma companhia que embora venda “o sono” e colchões, literalmente, não dorme no ponto.