Bolsonaro nega ter culpa pela crise: ‘Ache um cara melhor’

Bolsonaro voltou a jogar a crise nas medidas restritivas adotadas por governadores e prefeitos para conter a pandemia

O presidente Jair Bolsonaro negou nesta terça-feira, 19, que tenha culpa pela crise econômica do País. “O tempo todo eu sou o responsável por tudo. Se é assim, ache um cara melhor, sem problema nenhum. Tem muita gente boa candidata por aí”, afirmou a apoiadores em frente ao Palácio do Planalto. “Vou cumprir meu mandato, sem problema nenhum, fazer o que é possível”, acrescentou.

Como de costume, Bolsonaro voltou a jogar a crise nas medidas restritivas adotadas por governadores e prefeitos para conter o novo coronavírus – chamadas por ele de “política do ‘fique em casa'”. “Os problemas existem, o que é duro é a incompreensão”, disse hoje.

“Muitos de vocês apoiaram ficar em casa, agora a conta chegou. E não chegou toda a conta, ainda, vai chegar mais. Combustível, energia elétrica, alimentação. Agora, a pior coisa que tem é desesperar, é achar uma pessoa responsável por seu insucesso. Responsável é quem adotou essa política”, disse.

A declaração pessimista sobre a economia brasileira vem, de fato, em um momento de alta no preço dos combustíveis, da energia e dos alimentos, fatores que incomodam o núcleo duro do governo. Na última quinta-feira, Bolsonaro chegou a dizer que ordenaria ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, a volta da “bandeira normal” nas contas de luz, mas a decisão é técnica e cabe à Agência Nacional Energia Elétrica (Aneel). Em outro momento, o chefe do Executivo também já havia alertado para uma piora da situação econômica por uma crise de fertilizantes originada na China.

Impacto das crises políticas

Além de rejeitar responsabilidade pelos problemas econômicos que assolam o País, Bolsonaro ainda voltou a comparar, nesta terça-feira, a situação brasileira à de outras nações. “Eu sei que vocês moram no Brasil, mas analisem o que está acontecendo nos Estados Unidos, na Europa, no mundo todo”, pediu o presidente, sem considerar o impacto de crises políticas criadas dentro do Palácio do Planalto sobre a economia.

Para conter a queda de popularidade em ano pré-eleitoral, o governo lança hoje o Auxílio Brasil, programa para substituir o Bolsa Família. O benefício deve chegar a R$ 400 em 2022, quando Bolsonaro deve disputar a reeleição, e ser parcialmente financiado com dinheiro fora do teto de gastos, a regra que limita o avanço dos gastos públicos à inflação.

Com informações de Estadão Conteúdo

Imagem: Agência Brasil

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