Todo ser humano é passível de erros e falhas. A forma como se lida com elas vai definir o quanto o indivíduo é capaz de aprender, inovar, ser criativo, solucionar problemas, gerir pessoas e, consequentemente, resultados. Afinal, resultados, produtividade e qualidade são fruto do trabalho direto ou indireto de pessoas. Ou seja, a forma como lida com situações mais desafiadoras, quando competências e habilidades são colocadas à prova.
Saber a melhor forma de lidar com erros e falhas não é aceitá-los como parte da cultura da empresa, mas é entender que eles fazem parte de processos ágeis e que o importante é saber identificá-los e tomar novos rumos, sempre que necessário.
O que precisa fazer parte da cultura da empresa é o processo de identificação dessas falhas e o empoderamento do time de colaboradores para que saibam tomar as melhores decisões nesse processo. Quanto mais conhecimento as pessoas têm, aliando com a prática e transformando-os em habilidades bem desenvolvidas, esse processo de torna algo natural e produtivo.
Um dos principais impeditivos dessa jornada de evolução e crescimento, que é extremamente benéfica para o negócio, é a gestão centralizadora, que vê a necessidade de concentrar nela todas as decisões, como uma forma de manter uma posição ou sensação de controle. A liderança ideal é aquela que forma, inspira e apoia os outros no processo de decisão. Ao concentrar todas as decisões nas mãos do gestor, toda a experiência, vivência, diversidade e pluralidade de conhecimentos do time estão sendo desperdiçadas e mal aproveitadas. É investimento da empresa que está sendo mal administrado.
O verdadeiro líder é aquele que sabe identificar os potenciais das pessoas, compor um bom time, definindo papéis e responsabilidades que estejam alinhadas com as necessidades da empresa e do mercado, mas que também dá espaço para erros e falhas de forma segura, permitindo autodesenvolvimento, crescimento, melhorias e inovação.
O segredo para conseguir trilhar esse caminho é ter gente verdadeiramente comprometida, dedicada, que queira fazer sempre mais e melhor, profissionalmente madura, consciente de seus papéis e responsabilidades e que amam o que fazem. E lideranças que saibam gerar ambientes emocionalmente seguros e férteis para o crescimento, trocas, que estimulem o desenvolvimento contínuo e que deem o apoio necessário para que o time aprenda a como tomar as melhores decisões e caminhar com as próprias pernas.
Desta forma, o líder forma outros líderes, torna-se pronto para assumir responsabilidades mais estratégicas e cria organizações mais fortalecidas.
Roberta Andrade é gerente de Soluções da One Friedman.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
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