A tecnologia é a base para a Lojas Renner buscar excelência no sortimento de produtos em loja, agilidade e qualidade nas entregas dos pedidos feitos pelos canais digitais. E é por meio de uma cadeia de suprimentos orientada pelo propósito de gerar encantamento que a empresa tem lidado com a nova jornada de consumo.
A empresa, que fará uma oferta subsequente de ações (“follow on“), com a emissão de até 102 milhões novas ações, tem se focado no desenvolvimento e no fortalecimento de seu ecossistema de moda e lifestyle e na continuidade na digitalização.
Em entrevista ao portal Mercado&Consumo, o diretor de Supply Chain da Lojas Renner, Pedro Pereira, conta como a área tem sido importante no processo de transformação digital da empresa.
M&C: O que a Renner faz para alinhar a área de supply chain às estratégias e táticas das demais áreas? Como você acredita que a tecnologia pode auxiliar neste quesito?
Pedro Pereira: Na Lojas Renner, a área de supply chain desempenha um papel essencial, orientada pelo propósito da companhia, que é de encantar a todos, e totalmente alinhado à estratégia do negócio. Nosso modelo de gestão corporativa favorece essa integração, desde o planejamento até a execução dos projetos, em um ambiente que leva em conta ciclos de desenvolvimento cada vez mais curtos e a ampla adoção de metodologias ágeis.
Nossa área tem participação ativa e integrada no ciclo de transformação digital da Lojas Renner, e a tecnologia atua de forma transversal para alavancar a evolução do nosso ecossistema de moda e lifestyle. Colocamos a inovação a serviço do encantamento, como um habilitador para aprimorar a experiência do cliente. A função estratégica do supply chain se tornou ainda mais latente com os desafios e oportunidades trazidos pela omnicanalidade. Em um cenário de crescente ampliação e integração dos canais de venda e relacionamento, a tecnologia é uma grande aliada para mantermos a excelência no sortimento de produtos em loja, bem como a agilidade e qualidade nas entregas dos pedidos feitos pelos canais digitais.
Qual sua percepção do impacto do processo de suprimentos nos seus indicadores de customer satisfaction e financeiros?
Pedro Pereira: O impacto da performance de supply chain nos indicadores de satisfação do cliente e financeiros é altíssimo. O processo de suprimentos sempre foi crucial para garantir o fluxo de produtos. Por um lado, temos que manter o equilíbrio do sortimento em loja para que se faça uma venda conforme o esperado, otimizando nossas margens. Por outro, precisamos ser assertivos na entrega das mercadorias àqueles que compram online, para que fiquem encantados.
Hoje, esse impacto é potencializado pelo crescimento exponencial do e-commerce e pela ampliação de canais. A jornada de consumo ganhou novos contornos, com diferentes expectativas, e tem exigido das varejistas flexibilidade e agilidade para se antecipar e se adaptar às transformações do setor. Se antes o desafio era garantir o mix e a quantidade ideal de produto em loja para que o cliente tivesse acesso, hoje nós precisamos chegar até a casa do cliente, garantindo que a peça esteja disponível no momento em que ele deseja, no canal que ele deseja, com todos os cuidados na apresentação, embalagem e qualidade de entrega. A operação omnichannel exige que o supply chain esteja cada vez mais perto dos consumidores. Nós, na Renner, estamos.
M&C: Com as frequentes mudanças no comportamento do consumidor, como você tem visto que novos meios de compra e de pagamento se integram rapidamente à cadeia de suprimentos?
Pedro Pereira: Hoje, além de demandar uma disponibilidade maior de produtos e entregas com mais velocidade e confiabilidade, o cliente também deseja ter acesso a novos serviços que complementem a sua experiência de consumo. E isso está estritamente ligado com a cadeia de suprimentos. Podemos citar o exemplo do serviço de Fashion Delivery, que consiste no envio de uma mala para a casa de alguns clientes previamente selecionados, com opções de produtos escolhidos a partir do histórico de compra deles. Para começar o projeto-piloto desta modalidade de venda, desenvolvemos toda uma engrenagem que antes não existia: definir a forma correta de organização dos produtos para envio, estabelecer a forma de transportar a mala para os clientes e fazê-la retornar à loja, viabilizar uma forma de pagamento, etc.
Com a tendência de personalização da jornada de consumo, o supply chain precisa estar em constante evolução e ser cada vez mais flexível para entregar soluções customizadas, sempre com agilidade, sustentabilidade e eficiência. Estamos na linha de frente do contato com o cliente, assumindo um papel ainda mais importante dentro da estratégia da companhia.
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