A extensa campanha de marketing promovida pelo Magazine Luiza para alardear sua chegada ao Rio de Janeiro inclui uma música e um clipe estrelado pela cantora Anitta e pela influencer da marca, a Lu. Nos próximos dias, um challenge no TikTok com a coreografia inspirada na trilha sonora da campanha incentivará as conversas na rede sob a hashtag #MagaluNoRio. O perfil do Magazine Luiza no TikTok possui 2,5 milhões seguidores e acumula mais de 20 milhões de curtidas.
Para marcar o lançamento do superesportivo BMW M3 no País, a BMW do Brasil escolheu também o TikTok como plataforma de apresentação do veículo ao público. A transmissão foi conduzida nesta semana pela apresentadora Renata Fan e contou com a presença de executivos do BMW Group Brasil e do piloto e embaixador da marca, Ingo Hoffmann. É a primeira vez que um carro é lançado por meio de uma transmissão no TikTok.
As duas iniciativas mostram como os vídeos curtos têm chamado a atenção de marcas dos mais diversos segmentos. Não é por acaso. Até o final de 2020, o TikTok alcançava seis bilhões de downloads. O Kwai, que atua no mesmo mercado, estima atualmente cerca de 295 milhões de usuários ativos diariamente. Esses apps estão ditando novas formas de se fazer publicidade no Brasil e mundo afora.
“O consumo de redes sociais aumentou muito durante a pandemia. No começo, essas redes eram usadas pelos chamados early adopters, os mais jovens. Mas, hoje, a geração mais velha, de 35, 45, 50 anos, também está entrando no TikTok”, diz o diretor de operações da agência digital Rocky, Fernando Ruocco.
Para ele, as marcas precisam mesmo surfar nessa onda. Ou, como diz o slogan da rede, em vez de fazer anúncios, fazer “TikToks”. “Antes, era muito bom usar o Facebook ou o Instagram de forma orgânica, porque a marca conseguia chegar nas pessoas. Hoje, é preciso pagar para isso, porque são muitas marcas querendo anunciar nessas redes. O TikTok ainda está no começo e, assim, é possível conseguir um bom posicionamento como marca.”
Potencial maior concorrente do TikTok, o Kwai também tem atraído as empresas. Entre as marcas já presentes na rede social de vídeos curtos, estão a plataforma de streaming Sua Música e a plataforma de e-commerce Shopee.
Ruocco destaca, ainda, o Pinterest, que trouxe ao País, em abril, o Pinterest Ads. O Brasil é, hoje, um dos maiores mercados desta rede fora dos Estados Unidos. “É uma rede com um público completamente qualificado e que está procurando produtos”, analisa o diretor da Rocky.
Não se trata de escolher uma plataforma, diz Fernando Ruocco, mas de estar em todas as que forem possíveis e da forma adequada. É preciso se atentar às peculiaridades de cada rede para entender como engajar o usuário. “Se for para fazer algo e simplesmente copiar e colar na outra, melhor não fazer”, diz.
As redes são um desafio para o mercado publicitário. “O profissional tem de aprender a lidar com essas coisas novas. Tudo é muito novo e aparece de forma muito rápida. É preciso estar antenado e testar. Muita gente aceita que o phygital está chegando, mas ainda pensa em fazer uma comunicação para a TV e depois adaptá-la para o digital, por exemplo.”
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