Cada vez mais a sigla ESG (Environmental, Social and Governance) tem sido pauta na sociedade atual e instituições financeiras, bancos, gestores de investimentos e seguradoras devem lidar com os fatores de risco financeiros e operacionais relacionados a esses temas. Essa foi uma das conclusões da pesquisa “ESG na Gestão de Riscos Financeiros”, feita pela KPMG.
“Há uma pressão nacional e internacional para o debate de quantificação de riscos relacionados aos aspectos ESG dos negócios. Líderes, CFOs e conselhos precisam entender a relação destes com a implementação da estratégia dos negócios, riscos e oportunidades, para poderem responder a esta demanda”, destaca a sócia-líder de ESG Advisory da KPMG no Brasil, Nelmara Arbex.
Atualmente, ainda não existe um framework global e único para avaliar riscos ESG para alguns tipos de riscos financeiros. Pelo ponto de vista regulatório, os riscos ambientais e sociais ganham grande relevância. No Brasil, um pacote de resoluções do Banco Central, feito em conjunto com o Conselho Monetário Nacional, foi publicado em setembro de 2021 e tem previsão para entrar em vigor após o segundo semestre de 2022.
De modo geral, o impacto no risco de mercado, crédito e liquidez pode estar associado ao reconhecimento do efeito de alteração significantes no clima, tanto em médio quanto no longo prazo. Entretanto, é fundamental também avaliar e analisar a velocidade e a escala de alterações e como elas interagem com variação de preços, volumes e projeções de dados macroeconômicos.
“Em particular, no risco de crédito, uma preocupação especial surge na análise de impacto na relação de oferta de crédito das instituições financeiras com seus clientes e na aplicação da norma contábil internacional”, comenta Lúcio Anacleto, sócio-líder de riscos financeiros da KPMG.
Ele destaca que a análise de crédito deve considerar os impactos com análise de exposição do portfólio de forma agrupada. “A análise de grupo homogêneo de riscos sugerida pela IFRS 9 Financial Instruments deve contemplar passos de análises específicos de fatores de risco ESG com grande foco em aspectos climáticos”, finaliza o executivo.
O estudo também apontou que o movimento regulatório no Brasil tem trabalhado as diretrizes de fatores de risco ESG tomando como base as recomendações do Task Force on Climate-Related Financial Disclosures. O TCFD, como é conhecido, é uma força-tarefa com o objetivo de levar ao mundo de negócios a clareza do reconhecimento das questões climáticas como elemento na análise.
Toda o estudo realizado pela KPMG pode ser conferido clicando aqui.
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