Apesar da melhora nos números da pandemia de covid-19, a maioria dos brasileiros continua trabalhando em home office ou modelo híbrido. Apenas 33% voltaram ao ao trabalho 100% presencial, segundo levantamento feito pela Gallunion, consultoria especializada no setor de foodservice, com 1.103 participantes.
Entre os que continuam trabalhando de casa, 78% dão preferência a comer comida feita na própria residência. Em segundo lugar, aparecem os pedidos via delivery, com 48%, seguidos pela comida comprada pronta, com 37%. Outros 19% buscam a comida pronta em locais próximos e 18% saem para se sentar e comer presencialmente.
“Isso, somado aos resultados que mostram que os consumidores pretendem manter ou reduzir gastos com alimentação fora do lar, demonstra como a pandemia e o aumento dos preços dos alimentos no Brasil impactou de forma direta o segmento de foodservice”, diz a CEO e fundadora da Galunion, Simone Galante.
O levantamento também mostrou que a maioria dos participantes prefere a comida feita na própria residência. Em relação ao delivery, 59% dos participantes da classe A afirmaram utilizar este tipo de serviço, contra 53% na classe B e 37% na classe C.
No local de trabalho
Entre os participantes que voltaram a trabalhar presencialmente, 60% optaram por levar comida de casa, 33% preferem pedir delivery e 30% têm o hábito de sair para comer. No corte por classe social, quem trabalha fora e tem maior poder aquisitivo tende a pedir mais delivery e comer mais fora na comparação com a classe C.
Enquanto a maior parte da classe C pretende reduzir os gastos com comida fora de casa nos próximos seis meses, com 56% das respostas, na classe A 49% dos consumidores pretendem manter os gastos atuais com alimentação preparada fora do lar. Já na classe B há um equilíbrio entre reduzir gastos, com 41%, e manter os gastos da alimentação fora do lar, com 47%.
“É nítido o posicionamento dos consumidores da classe C, que têm uma tendência maior em optar pela redução dos gastos, já que eles também têm a menor intenção em aumentar os gastos com alimentação fora do lar, com apenas 6%, ante os 12% da classe B e os 17% da classe A”, analisa Nathália Royo, especialista em inteligência de mercado na Galunion.
Intenção de comer fora
O trabalho também mostrou que, com a queda no número de casos de covid-19 no Brasil, subiu de 30% para 46% o número de consumidores com disposição para comer fora, enquanto o número de pessoas que evita essa situação caiu de 44% para 37%.
O público de 18 e 23 anos mostrou-se mais disposto a fazer refeições em bares e restaurantes (54%), contra 29% entre os consumidores com mais de 66 anos. A pesquisa indicou também que a classe A está mais aberta a comer fora do que a classe C (64% versus 38%).
Entre os critérios para a escolha do restaurante estão a higiene e limpeza que receberam atenção maior devido à pandemia, com 34%; ter uma comida gostosa, com 21%; e ter preço justo, com 17%.
Outro destaque da pesquisa é o aumento da preferência por comida saudável, que vem crescendo e registrou o maior índice comparativo desde 2020, com 30% das respostas.
“Para entender melhor essa questão, perguntamos também quais são os momentos em que o cliente busca consumir de forma mais saudável e 50% das respostas mostram que isso acontece nas refeições em família, no dia a dia. Já os momentos em que esse tipo de alimentação é menos buscado são em refeições em situações estressantes e de última hora, em refeições de celebrações e com amigos e colegas depois do trabalho”, analisa Simone.
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