NRA Show 2022: Encontro reúne aprendizados do evento em Chicago

Foodservice Executive Summit reuniu grandes executivos e especialistas no tema

Os aprendizados da NRA Show 2022 foram resumidos no Foodservice Executive Summit, realizado pela Gouvêa Foodservice no último dia do evento em Chicago, nos Estados Unidos. A NRA Show é um dos maiores eventos de foodservice do mundo, e neste ano contou com mais de 1.500 expositores, além de dezenas de palestrantes. A Mercado&Consumo faz uma cobertura completa do evento.

O Foodservice Executive Summit teve início com Guilherme Bueno, líder especialista em PLM (sigla para Product Lifecycle Management) da Centric Software, que falou sobre “A transformação digital no foodservice”. “É necessário entregar cada vez mais produtos em menos tempo, existe uma pressão muito grande para o consumidor quando se fala em inovação e o trabalho remoto veio para ficar”, resumiu.

O executivo destacou que, apesar disso, a digitalização não é um tema definido. “Quando fala em transformação digital, somente 18% das empresas têm uma estratégia madura desenvolvida e 81% ainda estão dando passos para desenvolver sua estratégia de transformação digital.” Outro dado citado por Guilherme Bueno mostra a dificuldade que permeia o tema: 40% dos empresários dizem que os times existentes hoje não têm as habilidades necessárias para executar estratégias de transformação digital.

Tupa Gomes, presidente LAMEA (América Latina, Oriente Médio e Ásia) da Martin Brower, compartilhou, ao final da NRA, 5 pensamentos que teve sobre os desafios do desabastecimento para distribuição e o legado da pandemia: entender que a ideia de força-maior veio para ficar; olhar cadeias de negócio de uma forma mais variável; reuniões mais frequentes com mais decisões; olhar seletivamente os melhores clientes e melhores produtos; e a prioridade em rapidez e organização.

“O time do Brasil Latin America foi o que melhor se adaptou a essa situação [reuniões mais frequentes e decisivas]. O Brasil foi o país que melhor performou na crise em termos de supply chain e de tudo”, revelou Gomes durante sua fala.

David Portalatin, vice-presidente sênior e consultor da indústria de alimentos e foodservice da NPD Group, apresentou informações e insights sobre o mercado de foodservice. Segundo ele, nos últimos 3 anos, o consumidor americano tem gastado níveis históricos, inclusive em restaurantes e lojas de conveniência, comprando alimentos semipreparados para preparo em casa.

“Percebemos que a pandemia aumentou dramaticamente o consumo nos EUA. A principal razão foi a mudança no estilo de vida durante o isolamento social. As pessoas passaram a buscar muito mais utensílios de cozinha e tecnologia para as suas casas”, afirma.

Claudia Algranti, South America Category Manager da Ingredion, discutiu a evolução e as tendências do mercado de alimentos plant-based no Brasil. Segundo ela, o mercado foi impulsionado durante a pandemia em razão da mudança de mentalidade dos consumidores, que começaram a buscar estilos de vida mais saudáveis.

“O consumidor está com uma cabeça diferente. Um estudo que a Ingredion realizou no final de 2020 mostrou que 37% das pessoas que vivem na América do Sul já aderem a alguma corrente alimentar ligada ao vegetarianismo”, conta.

Algranti também destacou que o foodservice pode ser utilizado como ferramenta de difusão dos produtos plant-based. Segundo ela, o setor garante espaços propícios à experimentação de pratos que não participam do cotidiano da maioria dos clientes.

Ricardo Garrido, sócio-fundador do CIAT, citou 5 questões que buscou respostas na NRA Show: o que o consumidor mudou de fato com a digitalização; delivery; mercado de trabalho no foodservice; o desafio da inflação e como introduzir a tecnologia e a digitação.

“Se existe uma mudança que merece reflexão é sobre a mudança de comportamento do consumidor, que ficou imerso por dois anos em sua casa refletindo. Ele nunca esteve tão preciso e cirúrgico para sair de casa. Para sair hoje, ele quer ter a certeza e a confiança de que vai ter uma experiência impecável”, analisa.

Eva Lazarin, CEO da Benkyou, falou sobre o impacto do metaverso no consumo do foodservice. Ela destaca que o processo de conexão com os consumidores no foodservice não será tão rápido como já vem acontecendo em alguns segmentos, como o entretenimento e o próprio varejo, já que ainda não é possível ter cheiro, tato e paladar no metaverso. “Já há várias maneiras de explorar o metaverso no foodservice, para se conectar com o público, testar e jogar”, afirma.

No final do evento, Marcos Gouvêa, fundador e CEO da Gouvêa Ecosystem e publisher da Mercado&Consumo, debateu com os participantes para falar sobre os aprendizados apresentados na NRA Show 2022, entender e comparar com o que está sendo feito aqui no Brasil

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Texto: Aiana Freitas, Larissa Féria, Marcelo Audinino e Gabrielly Mendes
Imagens: Aiana Freitas

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