Parcelo Sim chega a 500 mil assinaturas um dia antes de decisão do CMN sobre cartão

CMN deve discutir apenas esse teto, diante da falta de consenso no setor de pagamentos em torno de uma proposta unificada de mercado

O movimento Parcelo Sim, formado por associações dos setores de comércio e serviços para defender a continuidade do parcelado sem juros do cartão de crédito, atingiu 500 mil assinaturas. A marca foi alcançada na quarta-feira, 20, às vésperas da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) que tratará de mudanças no crédito rotativo, tema que trouxe à tona a discussão sobre o parcelado.

Entre os signatários estão líderes de frentes parlamentares do Agronegócio, do Comércio e Serviços e do Empreendedorismo, além da presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), e do deputado Alencar Santana (PT-SP), que relatou a lei do Desenrola na Câmara dos Deputados.

A lei, aprovada em outubro, estabelece que o crédito rotativo passará a ter um limite de 100% do valor da dívida original caso o setor financeiro não apresente uma proposta de autorregulação até o final deste ano. Essa proposta tem de ser referendada pelo CMN.

Como mostrou na segunda-feira o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o CMN deve discutir apenas esse teto, diante da falta de consenso no setor de pagamentos em torno de uma proposta unificada de mercado. A discordância se dá em torno da origem dos juros atuais do rotativo, acima de 400% ao ano.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e grandes emissores de capital privado defendem que o rotativo é responsável por subsidiar o parcelado sem juros, e que para reduzir essas taxas, é necessário limitar o parcelado. Fintechs, empresas independentes de maquininhas e o comércio rejeitam essa tese e afirmam que os bancos tentam estabelecer um limite que seria anticoncorrencial.

Como não houve consenso, essa e outras mudanças no cartão, como a da chamada consolidação de dívidas, não devem ser discutidas agora. Entretanto, o tema do parcelado deve voltar à mesa em 2024.

“O comércio e, sobretudo, os consumidores precisam ser ouvidos nesse debate. Está claro que a população, principalmente a mais vulnerável economicamente, não quer abrir mão da possibilidade de fazer compras parcelas sem juros”, afirma em nota o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, que é parte do Parcelo Sim.

Henrique Lian, diretor de Políticas Públicas e Mídia da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), diz que o uso do parcelado sem juros é uma questão de livre mercado. “Não faz sentido o Banco Central querer intervir nessa relação de consumo. Aliás, qualquer tentativa do BC de regular o tema seria inconstitucional.”

Com informações de Estadão Conteúdo.
Imagem: Reprodução (Youtube)

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