Um mercado em plena expansão, os serviços de clubes de assinatura prometem disparar no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), os negócios desse segmento aumentaram 167% nos últimos quatro anos. Porém, mesmo com a alta demanda, marcas tradicionais na oferta de assinatura estão interessadas em ampliar o alcance e conquistar consumidores com perfil de compra diferente: aqueles que tenham mais afinidade com a liberdade proporcionada pelo comércio eletrônico, mas que ainda buscam respaldo de uma curadoria sofisticada capaz de selecionar itens de qualidade que não são facilmente encontrados nas gôndolas do supermercado.
Esse é o caso da Sociedade da Mesa. Para encerrar 2019 com faturamento de R$ 35 milhões, a primeira empresa a oferecer vinhos por assinatura no Brasil está investindo R$ 2 milhões para levar a cuidadosa curadoria que disponibiliza aos clientes do clube de vinhos para o varejo. A estratégia de crescimento começa com a oferta de 100 rótulos exclusivos, autorais e artesanais no e-commerce lançado este mês pela companhia.
Sua estimativa para os negócios está em linha com a previsão do mercado brasileiro. “Nossa expectativa é elevar o faturamento de R$ 30 milhões do ano passado em 15% e que a loja virtual represente uma fatia de 10% do nosso resultado”, previu Stephane Kaloudoff, CEO da Sociedade da Mesa. Até o final do ano, serão 150 rótulos disponíveis, com preços a partir de R$ 60, e os rótulos exclusivos do clube também serão disponibilizados no e-commerce após três meses da entrega ao associado.
A expectativa da ABComm é que o comércio eletrônico deva atingir um volume de vendas de R$ 79,9 bilhões em 2019. De acordo com a entidade, caso essa projeção se cumpra, o montante representaria um crescimento de 16% quando comparado com o resultado atingido em 2018 pelas lojas virtuais do país, sendo o maior avanço anual verificado desde 2015. Segundo a ABComm, o comércio eletrônico deve registar um tíquete médio de R$ 301, com um total de 265 milhões de pedidos efetuados pelos consumidores até o fim deste ano. O número de lojas virtuais deve totalizar 87 mil.
De olho nessa oportunidade, a Sociedade da Mesa deu início ao projeto piloto de vendas avulsas em abril do ano passado, estimulada pelo interesse dos consumidores pelo elevado padrão das seleções e sabores oferecidos. O excelente retorno da iniciativa motivou a empresa a lançar o e-commerce, preservando a essência do clube, que é conhecer a origem, o produtor, o processo de colheita e vinificação.
“Quando fazemos essa rastreabilidade, garantimos uma experiência única aos nossos clientes. Além disso, os vinhos são negociados diretamente com os produtores. Isso nos permite oferecer nossas seleções com preços até 40% mais competitivos do que os praticados pelo mercado”, explicou Kaloudoff.
O objetivo da empresa é estender a oferta de vinhos de qualidade a um público com potencial para se associar ao clube de vinhos e usufruir dos benefícios exclusivos dos assinantes, como a prioridade no recebimento de rótulos inéditos, descontos especiais, maior acesso à informação e conhecimento sobre vinhos e gastronomia, participação em eventos de degustação, descontos no segmento gastronômico ou que tenham afinidade com o universo da bebida, e o Programa Saca Rolha – que permite levar até duas garrafas de vinho aos 150 restaurantes associados sem pagar a rolha.
A Letti, marca de varejo da Fazenda Agrindus, também aproveitou a oportunidade do setor com boas perspectivas de crescimento e anunciou recentemente a criação de um e-commerce que comercializa leite fresco e derivados. Os produtos vão de uma das maiores fazendas produtoras de leite do país para a casa do consumidor, permitindo que os clientes montem kits para receber produtos semanal ou quinzenalmente. Cada cliente pode escolher todos os produtos que deseja receber periodicamente. A marca também conta com as vendas avulsas em seu e-commerce.
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