Nesse episódio vou trazer uma abordagem que certamente vai ajudar muitas pessoas a ressignificarem a chegada do metaverso nas nossas vidas!
O metaverso veio para conectar ou desconectar as pessoas? Essa é a pergunta que mais escuto. Como pode a humanidade achar bacana um mundo onde tudo será virtual e as pessoas estarão distantes umas das outras? Que mundo é esse que estamos aplaudindo? Um mundo de isolamento social?
Quero neste artigo de hoje mostrar que não é esse o papel do metaverso e muito menos o seu propósito.
Como assegura Amy Webb, futurista americana que auxilia os CEOs das grandes empresas a enfrentarem futuros complexos, essa tangenciabilidade viria, exemplificativamente, na existência de um executivo em Nova York e outro em São Paulo que, em uma reunião, poderiam apertar as mãos e ter a sensação de um toque real. Assim, cumpre-se o que se busca identificar nesse estudo: a tecnologia vem auxiliar as relações interpessoais, mas jamais substitui-las. Nesse caso, a reunião de negócios existe, com duas pessoas reais, ainda que de forma virtual. E seu epílogo traduz o “shake hands” de forma virtual, mas com a sensação real.
A possibilidade de fazermos uma reunião de trabalho virtual sustentada por todo um ambiente tecnológico não inibe e não deve inibir o conhecimento físico dos participantes com os quais vamos negociar, conviver e fazer trocas no dia a dia.
A tecnologia deve ser uma grande aliada para o crescimento das relações pessoais – laborais, familiares ou sociais entre amigos. O metaverso será um poderoso hub de conexão entre as pessoas. A distância que hoje é uma barreira de aproximação será transposta pelo metaverso, que vai encurtar esse distanciamento.
O metaverso será o elo facilitador de aproximação tanto para o mundo dos negócios quanto para o mundo das relações sociais. O segundo passo será sempre o encontro e o contato pessoal. A vida não se sustenta com isolamento. O nosso combustível para viver e ser feliz são as conexões entre as pessoas.
O mundo metafísico nunca substituirá os abraços, os apertos de mão e o a conexão dos olhos nos olhos! O grande desafio é achar o equilíbrio entre o mundo físico e o mundo digital.
A tecnologia está a serviço da humanidade e não como forma de proporcionar o isolamento das pessoas da realidade. Precisamos ter esse entendimento para poder perceber o metaverso e as demais tecnologias como nossas pontes de acesso a muito universos, mas de forma alguma criarmos crenças limitantes de que ele será uma barreira para o desenvolvimento das relações humanas.
A inteligência real nunca será substituída pela artificial. Elas se retroalimentam como em um sistema autopoiético proclamado por Niklas Luhmann, permitindo se projetar e reclamar a própria finalidade. As operações nesses sistemas se interligam de forma que as subsequentes se ligam às anteriores em um perfeito “looping”. E, nesse processo de remeter o sistema a si mesmo, a inteligência real produz a inteligência artificial que, por sua vez, permite novamente que a inteligência real produza inteligência artificial mais sofisticada e assim por diante, provocando um cataclisma de inovação.
Para Wittgenstein, o metaverso e a tecnologia representam o mundo. Mas seu significado deve residir fora dele e de sua linguagem significativa. E a lucidez do pensamento desse grande filósofo do século VII deve extrapolar os seus limites e alcançar a linguagem significativa dos seres humanos. O metaverso, assim, consiste em meio para atingir-se o fim: o aprimoramento das relações humanas.
O metaverso tem uma missão muito importante de representar a voz de todos aqueles que estão alijados desse mundo complexo e desigual que vivemos. Ele veio para aproximar pessoas, facilitar relações e transpor obstáculos. Ele veio para unir e não para afastar.
A humanidade vai evoluir com as novas tecnologias, novas portas se abrirão para mares desconhecidos e a criatividade e a ressignificação serão palavras-chave em toda essa jornada de descobertas.
O metaverso veio para conectar, atrair, ensinar, agregar e ampliar horizontes, jamais para desconectar. Ele será um grande aliado para o nosso crescimento profissional e pessoal!
Até o próximo episódio!
Patricia B. Bordignon Rodrigues é diretora de Marketing e Canais Benkyou.
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